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Por que Martinho Lutero decidiu ser monge

Postado em 13 de abril de 2020 por Marcio Redondo

Imagem de Martinho Lutero (Postagem: Por que Martinho Lutero decidiu ser monge)
Martinho Lutero (quadro pintado por Lucas Cranach, o Velho)
RESUMO
  • O reformador protestante Martinho Lutero teve uma vida fascinante. Aos 17 anos entrou na Universidade de Erfurt, na época a melhor universidade alemã. Mas cerca de quatro anos depois largou os estudos para ir para morar em um mosteiro.
  • A pergunta que todos fazem é o que levou Lutero a abrir mão de um futuro promissor e se tornar monge?
  • De acordo com Ellen White, Lutero começou a estudar a Bíblia na universidade, chegou a uma grande convicção de pecado e, desejando encontrar paz com Deus, entrou para um mosteiro.
  • Mas Lutero conta uma história diferente. Ele estava viajando, quando caiu um raio ao seu lado. Ele ficou tão assustado que prometeu a uma santa católica que, caso sobrevivesse, se tornaria monge.
  • É impossível conciliar as duas versões. Um dos dois não está falando a verdade.
  • O erro da Ellen foi confiar demais no historiador D’Aubigné, que ela usou como fonte de muitas histórias narradas em O grande conflito.
  • Perguntas para reflexão. Uma delas: “Como esse e muitos outros erros encontrados no livro O grande conflito comprometem a confiabilidade do livro?”.

A fascinante vida de Martinho Lutero1

Para entender por que Martinho Lutero decidiu ser monge, precisamos dar uma rápida olhada na biografia de Lutero.

O famoso reformador da igreja nasceu na Alemanha em 10 de novembro de 1483, quando a Europa toda ainda era católica romana.

Aprendeu latim na infância e adolescência. Em 1501, aos 17 anos de idade, foi estudar direito na Universidade de Erfurt. Desistiu de estudar direito e interessou-se por filosofia e teologia.

Ali, por volta de 1503, na biblioteca da universidade teve seu primeiro contato com uma Bíblia, que antes só conhecia pela leitura de uns poucos trechos lidos em culto público na igreja.

Em 1505 tomou a decisão drástica de abandonar a universidade e ir para um mosteiro, isto é, se tornar monge!

Do mosteiro o enviaram para estudar teologia na Universidade de Wittenberg, onde obteve os títulos de bacharel e doutor. Em 1512, com quase 29 anos de idade e imediatamente após receber o título de doutor, se tornou professor daquela universidade.

Em 1516 João Tetzel, com o apoio oficial da Igreja Católica Romana, apareceu em Wittenberg pregando o perdão de pecados mediante a compra de indulgências. O dinheiro obtido financiava projetos de construção em Roma.

Inconformado, Lutero contestou, em suas famosas 95 teses, a venda de indulgências e várias outras práticas. A tese (isto é, o questionamento) nº 86 indagava: “Por que o papa, cuja riqueza hoje em dia é maior do que a riqueza do político mais rico, constrói a Basílica de São Pedro com o dinheiro de crentes pobres e não com o próprio dinheiro?”

Essa contestação levou Lutero a, no fim, romper com o papa, ser excomungado e até ser “sequestrado” pelo príncipe Frederico III, da Saxônia, que assim agiu para proteger o reformador daqueles que queriam matá-lo.

Lutero também traduziu a Bíblia para o alemão e escreveu a letra de inúmeros hinos.

Uma vida e tanto!

Como Lutero foi parar no mosteiro?

Quando se estuda a vida de Lutero, uma pergunta que vem à mente é o que teria levado aquele jovem a largar os estudos, ir para um mosteiro e abraçar a vida religiosa de monge católico.

Teria sido uma experiência religiosa com Deus? Uma decepção amorosa? Um esgotamento mental?

Lutero era um jovem de mente brilhante e futuro promissor. Estudava naquela que era, na época, considerada a melhor universidade da Alemanha. Tinha tudo para se destacar em qualquer área que decidisse abraçar.

Então, por que Martinho Lutero decidiu ser monge?

A versão de Ellen White

Certo dia, enquanto examinava os livros na biblioteca da universidade, Lutero descobriu uma Bíblia em latim. Nunca havia visto esse livro. Desconhecia até mesmo sua existência. Ele tinha ouvido trechos dos Evangelhos e das epístolas, que eram lidos para o povo no culto público, e ele supunha que a Bíblia toda era apenas isso. Agora, pela primeira vez, ele via a palavra de Deus em sua totalidade. Com um misto de reverência e admiração, folheava as páginas sagradas; com pulso acelerado e coração palpitante leu por si mesmo as palavras de vida, fazendo uma pausa aqui e ali, quando exclamava: “Ah! Se Deus me desse esse livro para mim!” Anjos do céu estavam ao seu lado, e raios de luz vindos do trono de Deus revelaram ao entendimento de Lutero os tesouros da verdade. Seu medo sempre havia sido ofender a Deus, mas agora a profunda convicção de sua condição de pecador se apossou dele como nunca antes. Um desejo sincero de se ver livre do pecado e encontrar paz com Deus o levou finalmente a entrar para um mosteiro e a se dedicar à vida monástica.”2

As palavras acima são de Ellen White e encontram-se no livro The great controversy [O grande conflito]. Essa é a explicação dada pela Ellen para a decisão de Lutero de ir para o mosteiro. Em resumo, na descrição da profetisa adventista, Lutero estuda a Bíblia e, em consequência, chega a uma grande convicção de pecado, deseja encontrar paz com Deus e, para isso, entra para um mosteiro.

A versão do próprio Lutero

Lutero tinha o costume de, às refeições, conversar com seus alunos e hóspedes. Eram momentos em que compartilhava suas experiências. Alguns de seus alunos registraram essas conversas, as quais foram mais tarde publicadas com o título de Tischreden [Conversas à mesa].

Aqui interessa-nos uma experiência contada por Lutero àqueles que jantaram com ele na noite de 16 de julho de 1539.

Em 16 de julho, dia de santo Aleixo, ele [Martinho Lutero] disse: “Hoje é aniversário de quando entrei para o mosteiro em Erfurt.” E ele começou a contar a história de como, apenas 14 dias antes, tinha feito um voto enquanto viajava por uma estrada, perto de Stotternheim, não muito longe de Erfurt. Ele havia ficado tão abalado por causa de um raio que gritou horrorizado: ” ‘Ajude-me, Sant’Ana [isto é, Santa Ana]. Quero me tornar um monge!’ … Depois lamentei o meu voto, e muitos me aconselharam a não cumpri-lo. Mas eu insisti e, na véspera do dia de santo Aleixo, convidei meus melhores amigos para me levarem até o mosteiro no dia seguinte e assim se despedirem de mim. Mas, quando tentaram me impedir, eu disse: ‘Hoje vocês estão me vendo pela última vez’. Então me acompanharam em lágrimas. Meu pai também ficou muito irritado com o voto, mas insisti na minha decisão. Nunca pensei em abandonar o mosteiro. Eu havia morrido para o mundo.”3

Qual versão é certa?

Será que dá para conciliar as duas versões?

A Ellen conta que Lutero, como resultado de ler a Bíblia, sentiu uma grande convicção de pecado, desejou encontrar a paz com Deus e, por isso, entrou para o mosteiro.

Lutero relata uma história bem diferente: enquanto viajava, caiu um raio ao seu lado, o que o deixou apavorado e, com medo de morrer, o levou a prometer a santa católica o voto que, caso sobrevivesse, entraria para o mosteiro.

Será que dá para conciliar as duas versões? Impossível.

Ou a Ellen está certa, e o Lutero mentiu. Ou o Lutero contou o que realmente aconteceu, e a Ellen não fazia a mínima ideia do que aconteceu com o líder reformador.

Por que Martinho Lutero decidiu ser monge? Agora você conhece a verdadeira história.

A origem do erro da Ellen

Em The history of the Reformation in the sixteenth century [A história da Reforma no século 16], o historiador J. H. Merle D’Aubigné, do Seminário Teológico de Genebra, trata longamente da vida e obra de Lutero. Foi dessa fonte, citada inúmeras vezes em O grande conflito, que Ellen White se abasteceu de informações sobre Lutero.

Mas uma séria falha do livro de D’Aubigné é contar que o voto feito por Lutero foi a Deus e não a Sant’Ana.4

Qual foi o erro de Ellen White? Confiar demais no livro de D’Aubigné.

Perguntas para reflexão

  1. Por que a Ellen não conseguiu separar as informações certas e as erradas que encontrou no livro de D’Aubigné?
  2. É possível conciliar a versão da Ellen e a do próprio Lutero?
  3. Como esse e muitos outros erros encontrados no livro O grande conflito comprometem a confiabilidade do livro?
NOTAS
1. A ideia deste estudo se baseou em parte no artigo “Failed visions of Martin Luther”, de Radek Dobias (disponível em https://www.truthorfables.com/Luther_Vision.htm, acesso em 5 mar. 2020).

2. Original: “While one day examining the books in the library of the university, Luther discovered a Latin Bible. Such a book he had never before seen. He was ignorant even of its existence. He had heard portions of the Gospels and Epistles, which were read to the people at public worship, and he supposed that these were the entire Bible. Now, for the first time, he looked upon the whole of God’s word. With mingled awe and wonder he turned the sacred pages; with quickened pulse and throbbing heart he read for himself the words of life, pausing now and then to exclaim: ‘O that God would give me such a book for myself!’ […] Angels of heaven were by his side, and rays of light from the throne of God revealed the treasures of truth to his understanding. He had ever feared to offend God, but now the deep conviction of his condition as a sinner took hold upon him as never before. An earnest desire to be free from sin and to find peace with God led him at last to enter a cloister and devote himself to a monastic life.” (The great controversy [O grande conflito], p. 122-123)

3. Original em alemão: “Am 16. Juli, dem Alexiustag, sprach er (Martin Luther): heute jährt es sich, dass ich in das Kloster zu Erfurt gegangen bin. – Und er begann die Geschichte zu erzählen, wie er ein Gelübde getan, als er nämlich kaum 14 Tage vorher unterwegs gewesen und durch einen Blitzstrahl bei Stotternheim nicht weit von Erfurt derart erschüttert worden sei, dass er im Schreck gerufen habe: Hilf du, heilige Anna, ich will ein Mönch werden! – Nachher reute mich das Gelübde, und viele rieten mir ab. Ich aber beharrte darauf und am Tage vor Alexius lud ich die besten Freunde zum Abschied ein, damit sie mich am morgigen Tag ins Kloster geleiteten. Als sie mich aber zurückhalten wollten, sprach ich: Heute seht ihr mich zum letzten Mal. Da gaben sie mir unter Tränen das Geleite. Auch mein Vater war sehr zornig über das Gelübde, doch ich beharrte bei meinem Entschluss. Niemals dachte ich das Kloster zu verlassen. Ich war der Welt ganz abgestorben.” (Weimarer Ausgabe Tischreden, vol. 4, Tischrede 4707. Citado em Rolf Decot, Geschichte der Reformation in Deutschland [Freiburg: Herder, 2015], p. 56)

4. The history of the Reformation in the sixteenth century (Glasgow: Blackie & Son, 1846). O relato sobre a ida de Lutero para o mosteiro se encontra na p. 88.
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Categoria da postagem: erros de história Etiquetas: Lutero, Ellen White, livro "O grande conflito", erros de história, Reforma Protestante

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