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Dois pesos e duas medidas

Postado em 12 de abril de 2020 por Marcio Redondo

Imagem  de mulher que vai copiar o que outra pessoa escreveu. Dois pesos e duas medidas: não se pode copiar autores adventistas, mas Ellen White podia copiar autores não adventistas
RESUMO
  • Em 1864 a Igreja Adventista do Sétimo Dia reagiu energicamente ao plágio de um de seus hinos. Editorial da revista Review and Herald chamou o plágio de “roubo literário”.
  • A liderança adventista da época entendia que plágio é violação do oitavo mandamento: “não furtarás”.
  • Por outro lado, a liderança esperava que trechos de Ellen White fossem reproduzidos em livros e artigos, desde que citada a fonte.
  • Esqueceram de dizer isso para a Ellen. Ela plagiou, e muito. Então, os adventistas se veem na posição de condenar o plágio de outros e defender o da Ellen.
  • Quatro perguntas para reflexão. A última: “Por que a liderança adventista se vê na difícil situação de ter de justificar o plágio de Ellen White?”

A incoerência adventista

“Resolver diferentemente em circunstâncias iguais ou análogas”. É assim que o dicionário Houaiss define a expressão “ter dois pesos e duas medidas”. E é o que fazem muitos adventistas.

Adventistas rejeitam plágio

Em 1864 a liderança adventista ficou incomodada quando uma certa Luthera B. Weaver publicou como se apropriou da letra de um hino adventista e a publicou como se fosse de sua própria autoria.

Na época o editor da Review and Herald, a principal revista adventista, era Uriah Smith. Vale a pena ler o editorial indignado que ele escreveu na ocasião:

Plágio: essa é uma palavra que costumava significar “roubo literário”, isto é, usar o que outros escreveram e passá-lo adiante como se fosse de sua própria autoria. Na revista ‘World’s Crisis’ [que significa “crise do mundo”] de 23 de agosto de 1864 encontramos uma poesia com o título “Sobre a crise do mundo” e assinada por “Luthera B. Weaver”. Qual não foi nossa surpresa, portanto, descobrir que essa poesia é nosso conhecido hino “Longe nas montanhas o rebanho disperso foi lançado exausto”. Essa poesia foi escrita por Annie R. Smith e foi publicada pela primeira vez na revista Review, vol. 2, nº 8, de 9 de dezembro de 1851, e tem estado em nosso hinário desde que se publicou a edição seguinte do hinário. Mas o pior de tudo é que a poesia está mutilada, pois a segunda estrofe, a mais importante, foi suprimida: … .2

Adventistas sabiam muito bem o que era plágio

O texto acima deixa bem claro que o significado da palavra “plágio” era conhecido da liderança adventista. Já naquela época era considerado “roubo literário”.

Uriah Smith, o editor da revista Review and Herald, e James White, que era marido da Ellen White e presidente da editora, tinham noção de que era errado e, com toda razão, acusaram Luthera de “roubo literário”. (Quem escreveu o editorial foi Uriah, mas o presidente da editora, que escreveu muitos artigos publicados na revista, nunca questionou o texto do Uriah.)

Isso mostra que em 1864 já havia plena consciência do significado de plágio e uma expectativa de que os cristãos devem se abster dessa prática.

Para adventistas plágio é violação do oitavo mandamento

Uriah Smith prossegue em seu editorial:

Mas isso talvez tivesse deixado claro demais a sua origem, pois nos dias de hoje pouquíssimas pessoas, com exceção dos adventistas do sétimo dia, têm qualquer coisa a dizer sobre TODOS os mandamentos de Deus.3

Não há dúvida: plágio é violação do oitavo mandamento, “Não furtarás”. E, de acordo com Uriah, os adventistas são os campeões na obediência a todos os Dez Mandamentos.

“Copiem a Ellen, mas citem a fonte”

O editorial de Uriah Smith termina com as seguintes palavras:

É claro que queremos que sejam publicados trechos, longos ou curtos, da revista Review ou de qualquer de nossos livros, e tudo o que pedimos é que nos seja feita a simples justiça de nos dar o devido crédito.4

Era natural os adventistas desejarem que trechos de artigos da Review e de seus livros fossem divulgados por terceiros. A única coisa que pediam é que fosse “feita a simples justiça de … dar o devido crédito”, ou seja, citar a fonte.

Aliás, Uriah fala de “nossos livros”, o que inclui os livros da Ellen White. Era, sim, para outros citarem trechos da Ellen, mas sempre indicando a autora.

Adventistas reconhecem plágio nas obras de Ellen White

Apesar de a liderança adventista reconhecer que plágio é roubo literário e entender que trechos de livros podem ser citados, desde que citada a fonte, esqueceram de dizer isso para a Ellen White.

O fato é que as acusações de plágio contra a profetisa adventista são bem antigas. E há plágios documentados em várias obras, entre elas The great controversy [O grande conflito] e The desire of ages [O desejado de todas as nações].

Aliás, o Relatório Veltman, que foi feito a pedido da alta direção da Igreja Adventista do Sétimo Dia e custou uma pequena fortuna, reconheceu isso. Publicado em 1988, o relatório Veltman são exatas 2.273 páginas de um estudo cuidadoso que confirma a política de dois pesos e duas medidas, pois mostra claramente que, no livro O desejado de todas as nações, Ellen White copiou trechos e mais trechos de outros autores e não se importou em dar o devido crédito àqueles autores.5

A desculpa dada pelo adventismo

Em geral, a desculpa apresentada pela liderança adventista é que na época da Ellen isso não era crime. A igreja até encomendou um parecer jurídico, que ficou conhecido como Parecer Ramik. Mas vamos deixar o Relatório Veltman e o Parecer Ramik para uma outra postagem, limitando-nos a um comentário: plágio podia não ser crime, mas ainda assim era reconhecido como algo condenável.

Hoje os adventistas estão na incômoda situação de acusar outros de plágio e, ao mesmo tempo, defender o plágio feito pela “mensageira do Senhor”. São dois pesos e duas medidas.

Para refletir

  1. Por que Luthera Weaver errou ao apresentar como sua poesia um hino que ela encontrou no hinário adventista?
  2. Como o oitavo mandamento, “não matarás”, se aplica ao plágio?
  3. Por que, em vários de seus livros, Ellen White copiou trechos de outros autores sem lhes dar o devido crédito?
  4. Por que a liderança adventista se vê na difícil situação de ter de justificar o plágio de Ellen White?
NOTAS
1. Postagem baseada em The big book of Ellen G. White errors: 200 amazing errors the SDA church hopes you never discover about the writings of Ellen G. White, de Earl W. Pickett Jr. (n.l.: Ready With A Word Bible Publishers, 2013), p. 143.

2. Original: “Plagiarism: This is a word that is used to signify ‘literary theft,’ or the taking [of] the productions of another and passing them off as one’s own. In the World’s Crisis of August 23, 1864, we find a piece of poetry duly headed, ‘For the World’s Crisis,’ and signed, ‘Luthera B. Weaver.’ What was our surprise, therefore, to find this piece of our familiar hymn, ‘Long upon the mountains weary have the scattered flock been torn. ‘ This piece was written by Annie R. Smith, and was first published in the Review, Volume ii, No. 8, December 9, 1851, and has been in our hymn book ever since the first edition thereafter issued. But worst of all the piece is mutilated, the second and most significant verse being suppressed. . . .” (The Review and Herald, 6 de setembro de 1864, p. 120; disponível em https://m.egwwritings.org/en/book/1679.4428; acesso em: 3 fev. 2020.)

3. Original: “But perhaps this would too clearly have revealed its origin, as scarcely any class of people at the present day, except Seventh-day Adventists, have anything to say about ALL the commandments of God.”

4. Original: “We are perfectly willing that pieces from the Review, or any of our books should be published to any extent, and all we ask is, that simple justice be done us by due credit being given.”

5. O Relatório Veltman está disponível em: https://documents.adventistarchives.org/Search/Pages/results.aspx/Results.aspx?k=LOCRP; acesso em: 15 fev. 2020.
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Categoria da postagem: plágio Etiquetas: Relatório Veltman, Ellen White, plágio, livro "O grande conflito", livro "O desejado de todas as nações"

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