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A mentira de Ellen White sobre uma das visões

Postado em 21 de agosto de 2020 por Marcio Redondo

Imagem do texto "A mentira de Ellen White sobre uma de suas visões"
RESUMO
  • Há contradição entre as palavras ditas por Ellen White em 1843 sobre uma das primeiras visões e aquilo que falou a respeito em 1847.
  • Ellen e os primeiros adventistas aceitavam a doutrina da porta fechada, isto é, a ideia de que não se devia evangelizar ninguém, porque ninguém mais se converteria.
  • Mas pessoas começaram a se converter ao movimento adventista, e a porta fechada se tornou uma ideia insustentável para a Ellen e os demais adventistas.
  • Isso criou um problema para a imagem da Ellen, especialmente porque ela descreveu uma suposta visão da porta fechada.
  • Em 1847 a Ellen havia relatado uma visão, tida em 1845, de que a porta fechada estava fechada.
  • Mas em 1884 ela contou que sua primeira visão, de 1844, corrigiu o erro da porta fechada, levando os adventistas a abandonarem a ideia.
  • De diversas maneiras, líderes adventistas vêm tentando explicar a contradição, mas sem sucesso. Ao longo do tempo houve ocultamento de cartas e manuscritos de Ellen White.
  • Conclusão: houve mentira por parte de Ellen White e tentativa de encobrimento pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.
  • Três perguntas para refletir. A terceira: como fica a crença de que a profetisa foi inerrante?

A mentira de Ellen White sobre uma das visões

Sei que o título da postagem deve ter deixado muito adventista irritado. Meu objetivo não é deixar ninguém irritado, mas Deus não me chamou para dar tapinha nas costas dos adventistas, e, sim, abrir-lhes os olhos. Por isso, desafio os adventistas a lerem a postagem e decidirem por si mesmos sobre a mentira de Ellen White sobre uma das suas alegadas visões.

O texto abaixo não é de minha autoria. É um trecho do livro Judged by the gospel [Julgado pelo evangelho], escrito pelo ex-pastor adventista Robert D. Brinsmead.1


A teoria da porta fechada2

Todos os pioneiros, até mesmo Ellen White, não apenas acreditaram na doutrina da porta fechada como a ensinaram ardorosamente durante pelo menos sete anos (1844-1851). Foi durante esses anos que Ellen White escreveu a primeira metade do livro Early writings [Primeiros escritos].

A porta fechada foi uma teoria proposta para explicar o que tinha acontecido em 22 de outubro de 1844. Dizia que Jesus, que estava no primeiro compartimento do santuário, tinha parado de implorar em favor das igrejas caídas e dos pecadores e tinha entrado no segundo compartimento para suplicar apenas pelo “pequeno rebanho”.

Em consequência, os adventistas do sétimo dia não pregavam para o mundo nem tentavam converter os pecadores. Eles até condenavam aqueles que tentavam evangelizar e rejeitavam todos as notícias de novas conversões, alegando que eram obra de Satanás. Recusavam-se a acreditar que poderia haver qualquer reavivamento ou evangelismo real em qualquer lugar fora de seu próprio grupo — que em 1849 somava cerca de cem pessoas.

Essa teoria da porta fechada foi considerada uma “verdade presente” de grande a importância. Aliás, os primeiros adventistas do sétimo dia foram chamados “crentes da porta fechada”.3

A insustentabilidade da porta fechada

Mas depois de cerca de sete anos, os pioneiros, liderados por James e Ellen White, começaram a perceber que a teoria da porta fechada era insustentável. Tentaram, por esse motivo, descartar essa posição. Ao reimprimir escritos anteriores da esposa, James White até mesmo eliminou alguns pensamentos sobre a porta fechada. Fica óbvio que foi uma fase constrangedora do crescimento deles, a qual optaram por esquecer.

Naquela altura, Ellen White não era considerada uma profetisa inspirada, cujos pronunciamentos tinham tanta autoridade quanto a Bíblia. Uma mudança no ensino não representava, portanto, nenhum problema real para a comunidade adventista. Eles eram apenas uma pequena família de crentes.

Aqueles que valorizam as virtudes dos seus entes queridos não ficam se incomodam muito com suas fraquezas. Mas, quando em anos posteriores a lenda de uma profetisa inerrante foi fomentada na comunidade, alguns dissidentes começaram a ressuscitar o episódio anterior da porta fechada.

Os problemas para a imagem de Ellen White

Começou, então, um cabo de guerra em que era “tudo ou nada” sobre a autoridade de Ellen White.4 Os dissidentes achavam que conseguiriam invalidar o dom de profecia da sra. White, caso pudessem provar que ela chegou a ensinar algum erro doutrinário no exercício de seu ministério público.

Os apologistas foram encurralados de modo que não podiam reconhecer os fatos de sua própria história. Começaram a esconder as provas de que a sra. White chegou a se envolver com a malfadada doutrina da porta fechada.

A discrepância entre a EGW de 1847 e a EGW de 1884

Pressionada a preservar a credibilidade de seu ministério público, a Sra. White foi levada a participar da discussão. Ela não foi nada franca sobre seu envolvimento no episódio da porta fechada. Existe portanto uma verdadeira discrepância entre o que ela e o marido disseram em 1847 e o que ela disse na década de 1880.

Declarações de 1847

James White testificou acerca de sua esposa:

“Quando recebeu sua primeira visão em dezembro de 1844, ela e todo o grupo de Portland, estado do Maine (onde na época seus pais residiam) tinham desistido que o clamor da meia-noite e a porta fechada tivessem acontecido. Foi então que o Senhor lhe mostrou em visão o erro em que ela e o grupo de Portland tinham caído. Ela relatou então sua visão ao grupo, e cerca de sessenta confessaram seu erro e reconheceram que sua experiência do 7º mês era obra de Deus.”5

Ellen White testificou:

“Tive a visão sobre a vinda do noivo por volta de meados de fevereiro de 1845.

“Enquanto estava em uma reunião em Exeter, Maine, com Israel Dammon, James e vários outros, muitos deles não acreditavam numa porta fechada. Sofri muito no início da reunião. Parecia haver incredulidade por todos os lados.

“Ali havia uma irmã que era considerada muito espiritual. Ela tinha viajado e sido uma pregadora poderosa a maior parte do tempo durante vinte anos. Ela tinha sido verdadeiramente uma mãe em Israel. Mas tinha surgido uma divisão no grupo da porta fechada. Ela sentia muita compaixão pelas outras pessoas e não conseguia acreditar que a porta estava fechada. (Eu não sabia nada da divergência naquele grupo.) A irmã Durben levantou-se para falar. Eu me senti muito, muito triste.

“A minha alma parecia estar em agonia, e, enquanto ela falava, caí da cadeira no chão. Foi então que tive uma visão de Jesus se levantando de seu trono de mediação e, como noivo, indo para o Santo dos Santos para receber seu reino. Todos ficaram profundamente interessados na visão. Todos disseram que isso que era totalmente novidade para eles. O Senhor operou com grande poder, estabelecendo a verdade em seus corações.

“A irmã Durben sabia como era o poder do Senhor, pois ela o tinha sentido muitas vezes. E, um pouco depois depois de eu cair, ela foi afligida e caiu no chão, clamando a Deus que tivesse misericórdia dela. Quando saí da visão, meus ouvidos foram saudados pela irmã Durben cantando e gritando em voz alta.

“A maioria deles recebeu a visão e aceitou a porta fechada.”6

Declaração de 1884

Ellen White testificou:

“Durante algum tempo depois do desapontamento de 1844, eu sustentei, junto com o grupo do advento, que então a porta da misericórdia estava fechada para sempre para o mundo. Essa posição foi adotada antes de eu receber minha primeira visão. Foi a luz que me foi dada por Deus que corrigiu o nosso erro e nos permitiu ver a verdadeira posição.”7

Essa declaração diz que a visão da Sra. White a levou a corrigir seu erro e a fez desistir de acreditar na doutrina da porta fechada. As declarações de 1847 e 1884 se contradizem claramente. Em qual devemos acreditar?

Tentativas de explicar a dissonância

Ao longo da história do do adventismo do sétimo dia, homens como Uriah Smith, George Butler, J. N. Loughborough, A. G. Daniells, M. C. Wilcox, W. A. Spicer, F. D. Nichol e Arthur White tentaram livrar a Sra. White de seu envolvimento com a doutrina da porta fechada.

A sinceridade de Daniells

A. G. Daniells foi mais sincero do que os outros. Admitiu que a Sra. White acreditava na porta fechada, mas sugeriu que ela nunca a defendeu. Mas a maioria dos apologistas afirmou que a Sra. White esteve ativamente envolvida na evangelização de pecadores desde o início do seu ministério público em 1844. Essa afirmação é uma distorção total da história.

Arthur White e os “documentos atualmente disponíveis”

Em 1970, Arthur L. White [neto de Ellen White] disse: “Os documentos atualmente disponíveis confirmam inequivocamente que os pioneiros adventistas do sétimo dia sustentaram, por algum tempo, ideias de porta fechada”.8

O que é que Arthur White quer dizer com “os documentos atualmente disponíveis”? Esses documentos sempre estiveram disponíveis para homens como Arthur White e F. D. Nichol. E há muito tempo que eles sabem da existência dos documentos.

A resistência em disponibilizar os documentos

Além disso, esses documentos não foram voluntariamente disponibilizados para que toda a igreja pudesse ter acesso à informação. Foram descobertos por aqueles que discordavam da posição oficial. Só então o Patrimônio White os disponibilizou.

Conclusão: uma tentativa de encobrimento

O episódio da porta fechada foi uma tentativa de encobrimento pela denominação. Os principais escritores adventistas se envolveram num conluio para esconder os fatos dos primórdios da história adventista.

A verdade real dessa história dos primórdios destruiria, é claro, a lenda da inerrância doutrinária de Ellen White.


Alegações adventistas

Depois de ter feito esta postagem, um amigo adventista me perguntou: “O profeta Natã mentiu para Davi?” Esse meu amigo está se referindo à passagem de 1Crônicas 17.1-4:

“1Sucedeu que, habitando Davi em sua própria casa, disse ao profeta Natã: Eis que moro em casa de cedros, mas a arca da Aliança do SENHOR se acha numa tenda.  2Então, Natã disse a Davi: ‘Faze tudo quanto está no teu coração, porque Deus é contigo’. 3Porém, naquela mesma noite, veio a palavra do SENHOR a Natã, dizendo: 4Vai e dize a meu servo Davi: Assim diz o SENHOR: ‘Tu não edificarás casa para minha habitação’.”

Minha resposta foi : Natã mentiu, sim, para o rei Davi. Era profeta e achou que um gesto elogiável por parte de Davi seria aprovado por Deus. É por isso que disse “Faze tudo quanto está no teu coração, porque Deus é contigo” (1Crônicas 17.2). Acontece que Deus não havia dado essa revelação ao profeta. E Natã teve de voltar atrás, tanto é que Deus ordenou ao profeta que fosse até Davi e lhe dissesse: “Assim diz o SENHOR: ‘Tu não edificarás casa para minha habitação'” (17.4).

Natã humildemente obedeceu ao Senhor. O problema com a Ellen White é que, caso se admita que ela mentiu (e os adventistas rejeitam essa possibilidade), isso abre as portas para admitir muitas de outras de suas mentiras. E, ao contrário de Natã, Ellen White não costumava ser humilde.

E aí?

Há duas maneiras de encarar o problema. A primeira é fazer de conta que o problema não existe ou arranjar uma desculpa qualquer. A segunda é encarar a verdade e reconhecer a mentira de Ellen White sobre uma das suas alegadas visões

Para refletir

  1. Por que Ellen White se viu obrigada a abandonar a ideia da porta fechada?
  2. A Ellen se confundiu sobre a visão ou intencionalmente distorceu os fatos?
  3. Como fica a crença de que, em questões de doutrina, a profetisa foi inerrante?
NOTAS
1. Robert D. Brinsmead, Judged by the gospel: a review of Adventism (Fallbrook: Verdict Publications, cap. 1980), p. 130-134. O trecho que traduzi faz parte do capítulo com o sugestivo título de “The legend of the inerrant Ellen G. White” [A lenda da Ellen G. White inerrante].

2. Com exceção da introdução (“A mentira de Ellen White sobre uma das visões”), da conclusão (“E daí?”) e da maioria dos subtítulos, a postagem é inteiramente de autoria do Robert Brinsmead. As notas de rodapé foram atualizadas, pois alguns textos foram disponibilizados pelo Patrimônio White após hackers, em 2012, invadirem os computadores do Patrimônio e exigirem que todos os textos de Ellen White fossem tornados públicos. O Patrimônio e o grupo hacker chegaram a um acordo em 2015. Há detalhes disso na linha do tempo apresentada na postagem “Adventistas-raiz X adventistas-nutella“, especificamente nos anos de 2012 e 2015.

3. Rolf J. Poehler, ” ‘… And the door was shut’: Seventh-day Adventists and the Shut-door Doctrine in the decade after the Great Disappointment” (monografia acadêmica apresentada para as disciplinas “Problems in theology” e “Development of SDA doctrines”; Andrews University, Seventh-day Adventist Theological Seminary, fevereiro de 1978). p. 74. Veja também Robert D. Brinsmead, 1844 re-examined, edição revisada (Fallbrook: I.H.I., 1979), p. 41-48.

4. Ao avaliarem Ellen G. White, os adventistas foram arrastados para as alternativas extremas de vê-la ou como profetisa verdadeira que era totalmente confiável em tudo o que dizia ou então como uma falsa profetisa.

5. Citado em Robert W. Olson, The “Shut door” documents (s.l.: Ellen G. White Estate, 2018), p. xviii (disponível em https://egwwritings-a.akamaihd.net/pdf/en_SDD.pdf; acesso em 21 ago. 2020). [Nota do tradutor — Nessa mesma página Olson explica que “a ‘experiência do 7º mês’ ou ‘clamor da meia-noite’ era a proclamação de que Cristo voltaria no décimo dia do sétimo mês do calendário judaico, que em 1844 caiu em 22 de outubro”.]

6. Carta de Ellen White a Joseph Bates, 13 de julho de 1847. Citada em Robert W. Olson, The Shut door” documents, p. xxxi-xxxii.

7. Selected messages [Mensagens escolhidas], vol. 1, p. 63.

8. Arthur L. White, “Ellen G. White and the Shut-door question”, p. 8 (disponível em https://whiteestate.org/legacy/issues-shut-alw-html/; acesso em 21 ago. 2020).
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Categoria da postagem: White versus White Etiquetas: Ellen White, James White, visões, porta fechada, incoerências, White versus White

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