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Teólogo adventista desmente Ellen White

Postado em 6 de novembro de 2020 por Marcio Redondo

Imagem do texto "Teólogo adventista desmente Ellen White"
Busto do imperador romano Adriano
RESUMO
  • Não é todo dia que um teólogo adventista desmente Ellen White e justamente sobre a questão do sábado!
  • A Ellen afirmou que foi o papa quem mudou o dia de descanso do sábado para o domingo.
  • O teólogo adventista Samuele Bacchiocchi “descobriu” que, séculos antes, o imperador Adriano já havia proibido a guarda do sábado!
  • Mas a Epístola de Barnabé e a Epístola de Inácio aos Magnésios, dois textos cristãos antiquíssimos, mostram que, já antes do imperador Adriano, os cristãos cultuavam no primeiro dia da semana, o “dia do Senhor”.
  • A história desmente a Ellen e, como se vê, desmente também o Bacchiocchi.
  • A conclusão é que, ao contrário do que ensina o adventismo, a expressão “dia do Senhor” jamais foi referência ao sábado.
  • Três perguntas para reflexão. A terceira: Por que, apesar de não ser verdade, a Ellen White afirmou que foi o papa quem mudou o dia de descanso do sábado para o domingo?

Teólogo adventista desmente Ellen White

Não é todo dia que a gente encontra um teólogo adventista que desmente Ellen White! E o desmentido é —nada mais nada menos — sobre aquilo que ela ensinou sobre o sábado!

Por outro lado, para os que se dedicam a estudar história isso não causa tanta surpresa.

Ellen White e a origem do sábado

Ellen White escreveu:

“Nos primeiros séculos o verdadeiro sábado havia sido guardado por todos os cristãos. Eles eram ciosos da honra de Deus e, crendo que a lei divina era imutável, guardaram zelosamente a santidade dos preceitos da lei.”1

Repare no que a Ellen escreve: 1) a guarda do sábado foi respeitada por todos os cristãos; 2) isso aconteceu durante pelo menos três séculos, ou seja, até o ano 300.

“Vi que Deus não havia mudado o dia de descanso, pois ele nunca muda. Mas o papa o havia mudado do sétimo dia da semana para o primeiro; pois ele devia mudar os tempos e as leis.”2

De acordo com a Ellen, foi o papa quem trocou o sábado pelo domingo e levou todos os demais cristãos a isso.

Ellen White desmentida por teólogo adventista

Infelizmente para a Ellen, muitos anos depois a teoria de que o papa mudou o dia de adoração foi refutada por um estudioso adventista, o dr. Samuele Bacchiocchi, em sua obra pioneira From Sabbath to Sunday [Do sábado para o domingo].

Mas quem é esse tal de Bacchiocchi?

Na década de 1970 Bacchiocchi, um adventista italiano, estudou na Pontifícia Universidade Católica Gregoriana de Roma. Foi o primeiro não católico a estudar nessa renomada universidade. Sua tese de doutorado foi sobre a mudança do dia de descanso do sábado para o domingo.

Hoje já falecido, o dr. Bacchiocchi chegou a ser a maior autoridade da IASD sobre as questões de sábado e domingo. Lecionou no mais importante seminário adventista, o Andrews Seminary. Na época de Bacchiocchi simplesmente não havia na igreja adventista ninguém mais qualificado do que ele para avaliar as declarações de Ellen White.

E sabe o que ele descobriu? Examinando textos históricos muito antigos, descobriu que a mudança do dia de descanso aconteceu bem antes da data que os adventistas, inclusive a Ellen White, tinham admitido. Na verdade, a mudança aconteceu muito antes do surgimento do poder papal.

Essas descobertas lançaram sérias dúvidas sobre a ideia de Ellen White de que o culto aos domingos foi uma decisão do papado. O motivo dessas dúvidas é que a prática já estava bem estabelecida em todo o cristianismo, muito antes do surgimento do primeiro papa.

Vejamos, então, algumas afirmações do Bacchiocchi.

Em 8 de fevereiro de 1997 ele enviou uma mensagem para o grupo “Free Catholic Mailing List” (catholic@american.edu):

“Discordo de Ellen White, por exemplo, quanto à origem do domingo. Ela ensina que nos primeiros séculos todos os cristãos guardavam o sábado e que foi, em grande parte, por causa dos esforços de Constantino que a guarda da domingo foi adotada por muitos cristãos no século quarto. Minha pesquisa mostra algo diferente. Se você ler meu texto ‘How did Sunday-keeping begin?’,3 que faz um resumo da minha tese de doutorado, você notará que coloco a origem da guarda do domingo na época do imperador Adriano, no ano 135.”

Repare que o renomado historiador e teólogo adventista Bacchiocchi tem a ousadia de desmentir Ellen White! A respeito do assunto Bacchiocchi ainda disse:

“Depois do ano de 135, mudanças radicais ocorreram no mundo judaico. Naquele ano, o imperador romano Adriano esmagou a Segunda Revolta Judaica, que havia sido liderada, mas sem sucesso, por Bar-Kokhba. Jerusalém se tornou uma colônia romana da qual judeus (e cristãos judeus) foram expulsos. Adriano rebatizou a cidade de Aelia Capitolina e, mais importante ainda, baniu, em todo o império, a prática da religião judaica em geral e da guarda do sábado em particular.”4

Para Bacchiocchi o culpado do fim da guarda do sábado foi o imperador romano Adriano, que no ano de 135 decretou a proibição de guardar o sábado, como se isso tivesse levado os cristãos a abandonar essa prática.

A esta altura vale a pena destacar que Bacchiocchi desmentiu Ellen White! Afinal, ela havia afirmado que o papa era o culpado pela mudança do sábado para o domingo. Mas Bacchiocchi mostrou que Adriano, que viveu 500 anos antes que um bispo de Roma fosse reconhecido como papa, já havia determinado o fim da guarda do sábado.

Ellen White e teólogo adventista desmentidos pela história

Mas a história não para aí.

A gente tem de dar um desconto para a Ellen White. Afinal, ela era obcecada com a questão do sábado e, na sua época, era comum acusar a Igreja Católica Romana de vários erros. Ela errou por obsessão e por desconhecimento.

Mas não dá para dar essa mesma colher de chá para o Samuele Bacchiocchi. Ele dedicou bastante tempo à sua pesquisa de doutorado. Mas cometeu um erro primário, pois teve oportunidade de pesquisar vários documentos antiquíssimos e bem conhecidos. Eu me refiro, em especial, a dois textos: a Epístola de Barnabé e a Epístola de Inácio aos Magnésios. É que ele deveria ter dado atenção para a questão da data da composição dessas duas cartas. Afinal, isso teria impacto no seu argumento e nas suas conclusões. Mas Bacchiocchi simplesmente passou por cima disso.

O erro de Bacchiocchi é basicamente o seguinte: ao examinar a mudança do sábado para o domingo, ele se preocupa com o aspecto formal, isto é, quem proibiu a guarda do sábado, e ignora o aspecto histórico, a saber, desde quando os cristãos tinham deixado de guardar o sábado. Ora, documentos históricos demonstram que o abandono da guarda do sábado aconteceu bem antes da proibição oficial. Em outras palavras, a proibição não afetou os cristãos, que já vinham se reunindo aos domingos.

Vamos, então, examinar rapidamente aquelas duas cartas antigas.

Epístola de Barnabé

A Epístola de Barnabé é um texto cristão antiquíssimo, escrito entre os anos 70 e 132 da era cristã. Ou seja, escrito talvez até antes de alguns livros do Novo Testamento, como, por exemplo, o Livro de Apocalipse.

Mas como saber que a Epístola de Barnabé foi escrita entre os anos 70 e 132? É que em Barnabé 16.3-4 há uma referência ao templo vir a ser reconstruído. Isso indica que essa epístola foi escrita depois do ano de 70, quando o templo foi destruído pelo general Tito, o futuro imperador romano, e antes do ano de 132, quando aconteceu a revolta de Bar Kochba, quando acabou de vez o sonho judaico da reconstrução do templo. A conclusão lógica, aceita por todos os estudiosos, é que a Epístola de Barnabé foi escrita entre 70 e 132, antes, portanto, do decreto do imperador Adriano.

A Epístola de Barnabé certamente não tem a autoridade da Bíblia para determinar aquilo em que os cristãos devem crer, mas tem grande valor histórico, pois mostra as crenças e a práticas de cristãos da igreja primitiva!

E olhe só o que está escrito ali na Epístola de Barnabé:

“Eis por que celebramos como festa alegre alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus.”5

Repare num detalhe muito importante: a Epístola de Barnabé simplesmente comenta que os cristãos se reuniam no domingo. Esse fato é apresentado como algo bem normal e natural, nada de especial. É impossível negar que já era uma prática bem mais antiga do que a data da composição da epístola.

Epístola de Inácio aos Magnésios

Inácio era bispo, isto é, o principal líder, da igreja localizada na cidade de Antioquia da Síria. Por sua fidelidade a Jesus, foi martirizado em Roma.

E Magnésia era uma cidade situada na Anatólia, a poucos quilômetros da nossa conhecida Éfeso. No ano de 110, uma data admitida pelo próprio Bacchiocchi,6 Inácio escreveu uma carta aos cristãos de Magnésia. Entre outras coisas, ele disse:

“Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte.”7

Inácio deixa claras duas coisas: 1) em sua época os cristãos já não guardavam o sábado; 2) fazia algum tempo que o domingo já era chamado de “dia do Senhor”.

Avaliação

É uma situação, no mínimo, curiosa: um teólogo adventista desmente Ellen White, mas é também desmentido pelos fatos.

O erro primário de Bacchiocchi

Por que Bacchiocchi ignorou a questão da data de dois textos que comprovam que a guarda do domingo é anterior ao decreto de Adriano?

Parece-me que o doutorado de Bacchiocchi na mais importante universidade católica do mundo foi um casamento de conveniência. Ou seja, não foi exatamente um erro, mas uma opção. Por um lado, o doutorado de Bacchiocchi lhe abriu as portas para ir lecionar na Andrews University, a mais importante universidade adventista do mundo. Por outro, um “protestante” defendeu a ideia da autoridade do bispo de Roma sobre as demais igrejas, uma doutrina muito preciosa aos católicos, mas desmentida pela história.8 (Coloquei a palavra “protestante” entre aspas, porque os adventistas se apresentam como protestantes, mas não são.)

De qualquer maneira, Ellen White foi desmentida pelo teólogo adventista Samuele Bacchiocchi e pela história.

O “dia do Senhor”

O costume cristão de chamar o domingo de “dia do Senhor” pelo menos já no ano de 110 reforça a ideia de que o escritor de Apocalipse, livro escrito poucos anos antes (provavelmente por volta de 95), se referiu, sim, ao domingo, quando disse:

“Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta” (Apocalipse 1.10).

Ao contrário do que ensina o adventismo, a expressão “dia do Senhor” jamais foi referência ao sábado. (Sobre essa expressão, veja ainda a postagem Novo Testamento: Jesus é adorado no domingo.)

Para refletir

  1. Qual foi a “descoberta” de Samuele Bacchiocchi que desmentiu Ellen White?
  2. Qual informação histórica desmente Bacchiocchi e mostra que o culto cristão aos domingos é anterior ao decreto do imperador Adriano?
  3. Por que, apesar de não ser verdade, a Ellen White afirmou que foi o papa quem mudou o dia de descanso do sábado para o domingo?
NOTAS
1. Original: “In the first centuries the true Sabbath had been kept by all Christians. They were jealous for the honor of God, and, believing that His law is immutable, they zealously guarded the sacredness of its precepts.” (The great controversy [O grande conflito], p. 52.)

2. Original: “I saw that God had not changed the Sabbath, for He never changes. But the pope had changed it from the seventh to the first day of the week; for he was to change times and laws.” (Early writings [Primeiros escritos], p. 32.)

3. Samuele Bacchiocchi, “How did Sunday-keeping begin?” (disponível em http://www.rogerswebsite.com/others/HowDidSundayKeepingBegin.pdf; acesso em 07 set. 2020).

4. Samuele Bacchiocchi, “How did Sunday-keeping begin?”, p. 5.

5. Barnabé 16.9. O texto da Epístola de Barnabé é encontrado em Padres apostólicos, tradução de Ivo Storniolo; Euclides M. Balancin, Coleção Patrística (São Paulo: Paulus, 1995), p. 187-208. Também está disponível em http://www.e-cristianismo.com.br/pt/apostolicos/64-epistola-de-barnabe, acesso em 07 set. 2020.

6. Samuele Bacchiocchi, From Sabbath to Sunday (Rome: The Pontifical Gregorian University Press, 1977), p. 266.

7. Magnésios 9.1. O texto da Epístola de Inácio aos Magnésios é encontrado em Padres apostólicos, tradução de Ivo Storniolo; Euclides M. Balancin, Coleção Patrística (São Paulo: Paulus, 1995), p. 61-64. Também está disponível em http://www.veritatis.com.br/patristica/obras/1396- carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-magnesios; acesso em 07 set. 2020.

8. Samuele Bacchiocchi, From Sabbath to Sunday, p. 207-212. Sobre a balela de que a Igreja de Roma tem toda essa autoridade, veja a postagem Hagia Sophia e a invencionice adventista.
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Categoria da postagem: erros de história Etiquetas: Ellen White, sábado, erros de história, Samuele Bacchiocchi, imperador Adriano, dia do Senhor

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