Ellen e a Bíblia: divergências 1-10

Ellen White:
“… os discípulos tiraram dali a mãe de Jesus, para que ela não ouvisse o barulho dos pregos enquanto atravessavam o osso e o músculo das frágeis mãos e pés dele.”5

Bíblia:
“E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela … E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: ‘Nenhum dos seus ossos será quebrado’ ” (João 19.25,36).

4. O plano de salvação foi feito depois da queda

Ellen White:
“O reino da graça foi instituído imediatamente após a queda do homem, quando se fez um plano para a redenção da raça culpada.”6

Bíblia:
“sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós” (1Pedro 1.18-20)
“assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Efésios 1.4)
“o Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13.8).

5. O homem Jesus Cristo não era o Deus Todo-Poderoso

Ellen White:
“O homem Cristo Jesus não era o Senhor Deus Todo-Poderoso.”7

Bíblia:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaías 9.6)
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém! Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” (Apocalipse 1.7-8)
“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome.” (Filipenses 2.9)

NOTA: Deus se tornou ser humano na pessoa em Jesus. Enquanto esteve na terra, Jesus era totalmente homem e também totalmente Deus. Ele é “aquele que é, que era e que há de vir”. Sua encarnação não mudou em nada sua condição de Deus Todo-Poderoso.

6. Jesus desmaiou três vezes sob o peso da cruz

Ellen White:
“[Jesus] estava fraco e débil por causa da dor e do sofrimento, provocados pelos açoites e golpes que tinha recebido, mas ainda assim colocaram sobre ele a pesada cruz na qual em breve iriam pregá-lo. Mas Jesus desmaiou sob aquele peso. Três vezes colocaram sobre ele a pesada cruz e três vezes ele desmaiou.”8

Bíblia:
“Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.” (Mateus 27.32)
“E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.” (Marcos 15.21)
“E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.” (Lucas 23.26)

NOTA: A Bíblia está repleta de detalhes sobre a crucificação e o sofrimento de Jesus (o jovem que foge nu quando Jesus é preso, colocarem uma coroa de espinhos em sua cabeça, os dois ladrões crucificados ao seu lado, a plaqueta que Pilatos mandou colocar no alto da cruz, ele dizer que tinha sede, etc.), mas nenhum dos quatro evangelhos menciona Jesus desmaiar três vezes!

7. Na condição de Deus, Jesus não sofreu na cruz

Ellen White:
“A Divindade não foi esmagada pela tortura agonizante do Calvário.”9

Bíblia:
“[Jesus Cristo], subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”

NOTA: A Bíblia diz, repetidas vezes, que a pessoa toda de Jesus morreu na cruz. O Deus-homem morreu. O cristianismo ortodoxo defende a unidade total das duas naturezas de Cristo até mesmo em sua morte.

8. A expiação pelo pecado não foi completada na cruz

Ellen White:
“Em vez de … Daniel 8.14 se referir à purificação da terra, agora ficou claro que a passagem apontava para a obra final do nosso sumo sacerdote no céu, a conclusão da expiação e a preparação do povo para aguardar o dia da sua vinda.”10
“Jesus entrou no santuário celeste ao final dos 2.300 dias de Daniel 8, em 1844, para fazer uma expiação final por todos aqueles que poderiam ser beneficiados por sua mediação.”11

Bíblia:
“Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.” (João 19;30)
“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3.21-24)
“Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.” (Romanos 5.9-11)

NOTA: Um princípio de interpretação é que não se estabelece doutrina com base em um único texto. Mas a Ellen White criou a doutrina do juízo investigativo com base em um único texto, Daniel 8.14. Outro princípio de interpretação é que deve se levar o contexto em conta. E a Ellen não levou. Ao contrário da ideia de que a partir de 1844 Jesus teria começado um juízo investigativo no santuário celeste, vê-se que, de acordo com os textos bíblicos acima, os cristãos já estavam totalmente justificados, redimidos e reconciliados com Deus por meio da morte de Cristo na cruz.

9. O sangue de Cristo não apaga o pecado

Ellen White:
“O sangue de Cristo, conquanto visasse a libertar da condenação da lei o pecador arrependido, não visava a apagar o pecado … [este] permanecerá no santuário até a expiação final.”12

Bíblia:
“[em Cristo] temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça.” (Efésios 1.7)
“o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1João 1.7)
“Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado.” (Romanos 4.7-8; citando o salmo 32)

NOTA: Perdoar é abrir mão de todos os direitos de castigar, é cancelar uma dívida para sempre. Jesus fez tudo isso por nós quando derramou seu sangue por nós. A Bíblia diz que pecados perdoados não são jamais levados em conta. Mas Ellen White contradiz a Bíblia quando afirma que Deus armazena nossos pecados e mais tarde nos castiga, caso não estejamos à altura do seu padrão antes do juízo final. Essa ideia leva pessoas a se afligirem sobre se serão ou não salvas.

10. Pecados confessados são transferidos para o santuário celeste pelo sangue de Cristo

Ellen White:
“Assim como no passado os pecados das pessoas eram figuradamente transferidos para o santuário terrestre pelo sangue da oferta pelo pecado, assim também nossos pecados são transferidos de verdade para o santuário celeste pelo sangue de Cristo.”13
“Assim como no passado os pecados das pessoas eram pela fé colocados sobre a oferta pelo pecado e por meio do sangue da oferta transferidos figuradamente para o santuário terrestre, assim também na nova aliança os pecados dos arrependidos são pela fé colocados sobre Cristo e transferidos de verdade para o santuário celeste.”14

Bíblia:
“[em Cristo] temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça.” (Efésios 1.7)
“o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1João 1.7)

NOTA: Na lógica da Ellen White, Jesus contaminou o Santuário celeste, pois os pecados foram “colocados sobre Cristo e transferidos … para o santuário celeste”! Você não se enganou. É isso mesmo que você leu: Jesus levou pecados para o santuário celeste.

Para reflexão

1. Qual dessas afirmações de Ellen White é a mais chocante? Por quê?
2. O que você acha da afirmação de que o sangue de Jesus não apaga o pecado?
3. O que levou a Ellen a fazer essas afirmações contrárias à Bíblia?

NOTAS

1. Esta postagem se baseou em The big book of Ellen G. White errors: 200 amazing errors the SDA church hopes you never discover about the writings of Ellen G. White, de Earl W. Pickett Jr. (s.l.: Ready with a Word Bible Publishers, 2013), passim. 2. Original: “O my brethren, will you grieve the Holy Spirit, and cause it to depart?” (Selected messages [Mensagens escolhidas], vol. 1, p. 126) 3. Original: “Those who are living upon the earth when the intercession of Christ shall cease in the sanctuary above are to stand in the sight of a holy God without a mediator.” (The great controversy [O grande conflito], p. 425) 4. Original: “When Jesus ceases to plead for man, the cases of all are forever decided. This is the time of reckoning with His servants.” (Testimonies for the church [Testemunhos para a igreja], vol. 2, p. 191) 5. Original: “… the disciples bore the mother of Jesus from the scene, that she might not hear the crashing of the nails as they were driven through the bone and muscle of his tender hands and feet.” (Spiritual gifts, vol. 1, p. 58, escrito em 1858). 6. Original: “The kingdom of grace was instituted immediately after the fall of man, when a plan was devised for the redemption of the guilty race.” (The great controversy [O grande conflito], p. 347]). 7. Original: “The man Christ Jesus was not the Lord God Almighty.” (manuscrito 140, de 1903. Disponível em: https://m.egwwritings.org/en/book/8298.1. Acesso em: 5 fev. 2020) 8. Original: “He was weak and feeble through pain and suffering, caused by the scourging and blows which he had received, yet they laid on him the heavy cross upon which they were soon to nail him. But Jesus fainted beneath the burden. Three times they laid on him the heavy cross, and three times he fainted.” (Spiritual gifts, vol. 1, p. 57) 9. Original: “The Deity did not sink under the agonizing torture of Calvary.” [Lift him up [Exaltai-o], p. 235). 10. Original: “Instead of … Daniel 8:14 referring to the purifying of the earth, it was now plain that it pointed to the closing work of our High Priest in heaven, the finishing of the atonement, and the preparing of the people to abide the day of His coming.” (Testimonies for the church [Testemunhos para a igreja], vol. 1, p. 58) 11. Original: “Jesus entered the most holy of the heavenly (sanctuary), at the end of the 2300 days of Daniel 8, in 1844, to make a final atonement for all who could be benefited by His mediation.” (Early writings [Primeiros escritos], p. 253) 12. Original: “The blood of Christ, while it was to release the repentant sinner from the condemnation of the law, was not to cancel sin … it will stand in the sanctuary until the final atonement.” (Patriarchs and prophets [Patriarcas e profetas], p. 357) 13. Original: “As the sins of the people were anciently transferred in figure, to the earthly sanctuary by the blood of the sin-offering, so our sins are, in fact,transferred to the heavenly sanctuary by the blood of Christ.” (The story of redemption [História da redenção], p. 378). 14. Original: “As anciently the sins of the people were by faith placed upon the sin offering and through its blood transferred in figure to the earthly sanctuary so in the new covenant the sins of the repentant are by faith placed upon Christ and transferred, in fact, to the heavenly sanctuary.” (The great controversy [O grande conflito], p. 421)