Ellen White: a papisa adventista. Esta postagem é o capítulo 2 do primeiro volume do livro Hidden in plain sight: the false doctrines of Seventh-day Adventism [Escondidas no meio da multidão: as falsas doutrinas do adventismo do sétimo dia], de autoria de Elce-Junior Lauriston. No final da postagem há uma breve apresentação do autor. A tradução é de Marcio Redondo. |
Capítulo 2
Ellen G. White: a profetisa e seu papel nas doutrinas e vida denominacional do adventismo
“Os adventistas criticam constantemente o catolicismo romano por sua crença de que o papa é infalível, apesar disso consideram a Ellen White infalível da mesma maneira que os católicos consideram o papa infalível. Ellen White é a papisa dos adventistas”.
O adventismo do sétimo dia não consegue existir sem Ellen White
Ellen G. White20 nasceu em 26 de novembro de 1827 e faleceu em 16 de julho de 1915. Era uma jovem millerita que havia aguardado a Segunda Vinda de Cristo em 1843-1844. Ela mesma disse que teve sua primeira visão em dezembro de 1844, aos 17 anos.21 Daquele momento em diante, tornou-se uma figura unificadora entre o pequeno grupo de milleritas que mais tarde formariam a IASD (Igreja Adventista do Sétimo Dia). Durante os setenta anos seguintes, até sua morte, ela teve a função de profetisa da IASD. Até hoje seu papel continua sendo o mesmo que era bem no início do adventismo. O adventismo do sétimo dia não consegue existir sem Ellen G. White, da mesma forma que as testemunhas de jeová não conseguem existir sem Charles T. Russell, os mórmons, sem Joseph Smith, os muçulmanos, sem Maomé, os cientistas cristãos, sem Mary Baker Eddy, e os teosofistas, sem Helena P. Blavatsky. Ellen G. White é o centro em torno do qual o adventismo gira.
Os adventistas acreditam que ela é a profeta de Deus no fim dos tempos para a igreja do tempo do fim (eles mesmos). Na teoria negam que os escritos de Ellen White estejam no mesmo nível que as Escrituras, mas subconscientemente, na prática e na realidade consideram que seus escritos como estão no mesmo nível das Escrituras ou até mesmo que são superiores a elas. Seus escritos são a principal fonte de espiritualidade e formação espiritual da IASD. Os adventistas usam, lado a lado com a Bíblia, os escritos de Ellen White em sermões, lições da Escola Sabatina, estudos bíblicos, palestras, matérias e aulas universitárias, diretrizes e práticas da igreja, etc. Pregam e estudam seus livros e escritos da mesma maneira que os cristãos fazem com as Escrituras. Seus escritos são constantemente usados para esclarecer, interpretar, apoiar, acrescentar detalhes faltantes ou reforçar ainda mais qualquer coisa ensinada nas 28 Crenças Fundamentais (o documento oficial da IASD), no Manual da Igreja e nas Escrituras. Às vezes, ela é usada para encerrar um debate ou discussão sobre uma questão ou interpretação específica da Bíblia.
Ellen White reivindicou inspiração direta da parte de Deus, e os adventistas também acreditam e declaram isso. A maioria de suas doutrinas, ideias, crenças, interpretações das Escrituras e práticas são baseadas nos escritos de Ellen White. Seus escritos estão no centro de tudo aquilo que é o adventismo do sétimo dia: vida da igreja, cultura, regime alimentar, práticas, teologia, organização, ações e procedimentos disciplinares da igreja, evangelismo e existência em geral. Essa posição sobre Ellen G. White no adventismo estava consolidada desde os primórdios do movimento. Ela declarou:
Depois que passou o tempo [do grande desapontamento] de 1844, nós buscamos a verdade como a um tesouro escondido. Reunia-me com os irmãos, e estudávamos e orávamos fervorosamente. … Quando, em seu estudo, chegavam ao ponto de dizerem: “Nada mais podemos fazer”, o Espírito do Senhor vinha sobre mim. Eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens bíblicas que estivéramos estudando, com instruções quanto à maneira em que devíamos trabalhar e ensinar eficientemente. Assim nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, sua missão e sacerdócio. Foi-me tornada clara uma sequência de verdades que se estendia daquele tempo até ao tempo em que entraremos na cidade de Deus, e transmiti aos outros as instruções que o Senhor me dera.22
O que essa declaração revela é que Ellen White teve a palavra final na formação doutrinária e nas crenças daqueles primeiros adventistas. Foram as “visões” de Ellen White e suas “explicações claras” de passagens bíblicas que os ajudaram a “entender as Escrituras” e a consolidar suas posições doutrinárias. Essa declaração também revela o alcance cósmico que ela atribuiu a suas ideias, interpretações, visões, explicações e instruções. Ela disse que seus ensinos se estendiam de sua própria época até bem o final, “quando entrarmos na cidade de Deus”, que é o próprio céu, por ocasião da segunda vinda de Cristo.??? palavras aparentemente não aparecem no texto citado
É preciso entender claramente essa posição dos adventistas sobre os escritos de Ellen G. White e de sua importância para os adventistas, para, então, estarmos em condições de entender corretamente a teologia, ideias e interpretações subjacentes que eles têm sobre as Escrituras e sobre qualquer tema bíblico. É impossível fundamentar os ensinamentos e ideias doutrinárias peculiares dos adventistas com base apenas nas Escrituras, de acordo com uma exegese contextual, ou com base nos fatos da história da igreja cristã. Os escritos de Ellen White são a lente através da qual as Escrituras e a história da Igreja são filtradas, interpretadas e entendidas pelos adventistas.
Antes de as pessoas serem batizadas e se tornarem membros da IASD, há um série de treze votos, na forma de perguntas, que elas têm de declarar e prometer se submeter a eles. O voto número 8 faz a seguinte pergunta: “Aceita o ensino bíblico dos dons espirituais e crê que o dom de profecia é um dos sinais de identificação da igreja remanescente?”23 O “dom de profecia” é Ellen White e seus escritos. A Crença Fundamental oficial sobre Ellen White diz:
As Escrituras revelam que um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e nós cremos que ele foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Seus escritos falam com autoridade profética e proveem consolo, orientação, instrução e correção para a igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência. (Nm 12.6; 2Cr 20.20; Am 3.7; Jl 2.28,29; At 2.14-21; 2Tm 3.16,17; Hb 1.1-3; Ap 12.17; 19.10; 22.8,9)24
Essa Crença Fundamental dos adventistas faz com que tenham duas fontes oficiais de doutrina e prática. Os escritos de Ellen White “falam com autoridade profética”, como também é o caso da Bíblia. A Bíblia fala com “autoridade profética”. Portanto, isso logicamente significa que, para os adventistas do sétimo dia, Ellen White e as Escrituras falam com a mesma autoridade, e, conforme se verá mais adiante, eles consideram que os escritos de Ellen White têm autoridade maior do que as Escrituras porque para eles os escritos de Ellen White são o intérprete divino das Escrituras. A redação anterior dessa Crença Fundamental dizia: “Seus escritos constituem uma contínua e autoritativa fonte de verdade…”.25 A Palavra de Deus também é “uma contínua e autoritativa fonte de verdade”. Suponho que essa redação se tornou demasiadamente controversa para eles e escancarou o fato de que eles têm mais de uma fonte de autoridade doutrinária, de modo que tentaram fazer uma limpeza no texto a fim de enganar o povo em geral e passaram a usar a expressão “autoridade profética”, mas isso ainda não muda nada. Mas com certeza foi uma boa tentativa de mascarar sua crença.
Essa Crença Fundamental também diz que seus escritos “proveem consolo, orientação, instrução e correção para a igreja”. Isso é uma repetição daquilo que as Escrituras fazem pela igreja cristã. As Escrituras proveem consolo, orientação, instrução e correção para a igreja. 2Timóteo 3.16-17 diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é proveitosa para o ensino, a repreensão, a correção e o treino na justiça, para que o homem de Deus seja completo, equipado para toda boa obra”. A declaração dos adventistas sobre aquilo que os escritos de Ellen White fazem por eles é um eco direto e uma reformulação do texto de 2Timóteo. De novo tentaram disfarçar sua ideia, na tentativa de fazer parecer que creem apenas na Bíblia e, para isso, acrescentaram no final a afirmação de que os escritos de Ellen White “também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência”.&&&??? Mas por qual exato motivo precisamos que os escritos de Ellen White nos ensinem isso sobre as Escrituras para que isso seja verdade? Afinal, os cristãos já têm as Escrituras em alta estima. Isso não passa de uma trapaça porque, conforme veremos, para os adventistas os escritos de Ellen White são o intérprete divino das Escrituras que “corrigem as interpretações imprecisas, derivadas da tradição, da razão humana, da experiência pessoal e da cultura moderna”.
Na Assembleia da Associação Geral da IASD realizada em 2015, os delegados reafirmaram sua fé nos escritos de Ellen White em uma “Declaração de Confiança”. Parte do texto diz:
Reafirmamos nossa convicção de que seus escritos são divinamente inspirados, verdadeiramente centralizados em Cristo e fundamentados na Bíblia. Ao invés de substituir a Bíblia, eles enaltecem o caráter normativo da Escritura e corrigem as interpretações incorretas dela, derivadas da tradição, da razão humana, da experiência pessoal e da cultura moderna.26
Se os escritos de Ellen White “corrigem as interpretações incorretas” das Escrituras e são “divinamente inspirados”, isso significa que ela é a intérprete infalível das Escrituras. Se ela é a intérprete infalível das Escrituras, isso a torna alguém acima das Escrituras. Os adventistas criticam constantemente o catolicismo romano por sua crença de que o papa é infalível, apesar disso consideram a Ellen White infalível da mesma maneira que os católicos consideram o papa infalível. Ellen White é a papisa dos adventistas. É claro que negarão isso, mas simplesmente peça a eles que citem uma única questão bíblica, doutrinária, teológica ou interpretativa em que ela errou, e o silêncio será ensurdecedor. Isso acontece porque acreditam que ela não teve nenhum entendimento errado! E se ela não teve nenhum entendimento errado, o que isso a torna?
Infalível!
Os adventistas geralmente afirmam que tudo o que é verdade sobre a Bíblia também é verdade sobre os escritos de Ellen White. Para eles a Bíblia e os escritos estão no mesmo nível. Por exemplo, a edição do professor da revista da Lição da Escola Sabatina de 1978 diz que “a Bíblia e os escritos de Ellen White são inerrantes”.27 O dr. Ron Graybill, ex-secretário adjunto do Patrimônio Ellen G. White, declarou certa vez: “Acreditamos que a revelação e inspiração tanto da Bíblia quanto dos escritos de Ellen White são de igual natureza. A supervisão pelo Espírito Santo foi tão cuidadosa e completa em um caso quanto no outro”.28
Os adventistas do sétimo dia querem que os cristãos acreditem que extraem todos os seus ensinos e crenças “apenas da Bíblia”, mas não é nada assim. As doutrinas, interpretações e visões peculiares dos adventistas não conseguem ser sustentadas com base apenas na Bíblia. A origem e fundamento delas são os escritos e visões não ortodoxos de Ellen White. Ellen White moldou as doutrinas e a estrutura denominacional da IASD. O brasileiro dr. Alberto Timm, diretor associado do Ellen G. White Estate [Patrimônio Ellen G. White], sediado em Silver Spring, estado de Maryland, nos Estados Unidos, admitiu:
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sido amplamente moldada pela orientação profética de Ellen White. Na formação da mensagem da igreja, ela ajudou na construção de uma sólida plataforma bíblica de doutrina e de estilo de vida, a desenvolver uma importante estrutura teológica baseada no tema condutor do Grande Conflito Cósmico, a estudar a Escritura a partir de uma perspectiva exegético-sistemática e a desvendar um conceito concêntrico de centro teológico.29
Em um artigo sobre Ellen White, a Encyclopedia Britannica assinalou incisivamente:
Ao longo do trabalho de organização e estabelecimento de uma ortodoxia adventista, as visões de Ellen White foram uma influência orientadora. As interpretações bíblicas que chegaram a ela foram prontamente aceitas. Grande parte do programa da igreja revelado dessa maneira foi publicado em seus Testemunhos para a Igreja, que, tendo começado com 16 páginas em sua edição de 1855, cresceu até chegar a ocupar nove volumes. As opiniões de Ellen White sobre saúde, especialmente sua oposição ao uso de café, chá, carne e remédios, foram incorporadas à prática adventista do sétimo dia.30
Por ocasião da Assembleia da Associação Geral da IASD realizada em Utrecht, na Holanda, os delegados votaram na sessão do dia 30 de junho de 1995 uma “Declaração de Confiança” nos escritos de Ellen White. Nessa declaração disseram: “Consideramos o cânon bíblico encerrado. Mas também cremos, assim como criam os contemporâneos de Ellen White, que seus escritos têm autoridade divina, tanto para a vida piedosa quanto para a doutrina”.31 Essa afirmação não poderia ser mais direta. Os escritos de Ellen White são outra Bíblia para os adventistas, apesar de constantemente falarem ambiguamente sobre o assunto e tentarem negá-lo publicamente o tempo todo.32 Essa declaração é uma afirmação e crença oficial da IASD mundial, independentemente do fato de ter sido feita quase três décadas atrás. Os adventistas do sétimo dia não mudaram suas ideias sobre os escritos de Ellen White. Apenas, de vez em quando, disfarçam o linguajar para enganar o público mais amplo, mas suas crenças não têm mudado. Essa foi uma clara declaração de que seus escritos têm “autoridade divina” e são “tanto para a vida piedosa quanto para a doutrina”. Em resposta a isso, as Escrituras têm “autoridade divina” e certamente são para “tanto para a vida piedosa quanto para a doutrina”. Para os adventistas do sétimo dia, os escritos de Ellen White são outra Bíblia e têm a mesma autoridade das Escrituras. Aqueles escritos fazem as mesmas coisas que as Escrituras fazem para os cristãos.
Declarações como essas feitas pela Associação Geral da IASD não são meras suposições caprichosas que podem ser ignoradas. Essas declarações têm a mais elevada autoridade entre os adventistas do sétimo dia. Ellen White deixou absolutamente claro que, quando a Associação Geral da IASD está reunida em assembleia, essa é “a voz de Deus”, é a “mais alta autoridade” de Deus na terra, e que cada adventista do sétimo dia deve dar bastante atenção às deliberações daquele corpo governante. Ela disse: “A voz da Associação Geral é uma autoridade que deve ser ouvida como a voz do Espírito Santo”.33 Se os adventistas desprezam as decisões e posições da Associação Geral, estão desprezando a voz de Deus: “Deus investiu sua igreja com autoridade e poder especiais que ninguém tem justificativa de desconsiderar e desprezar, pois, ao fazê-lo, despreza a voz de Deus”.34 A voz de Deus por meio da Associação Geral tem de ser respeitada: “Deus concedeu à sua igreja o mais elevado poder abaixo do céu. É a voz de Deus que fala por meio de seu povo unido na condição de igreja que deve ser respeitada”.35 A autoridade máxima para os adventistas é a Associação Geral: “Entre os adventistas do sétimo dia a mais alta autoridade divina é encontrada na vontade do corpo desse povo, conforme expressa nas decisões da Associação Geral, quando agem dentro de sua devida jurisdição”.36 Ellen White instruiu os adventistas que, quando a Associação Geral toma uma decisão, eles têm de abrir mão de seus pontos de vista e posições pessoais e obedecer e aceitar aquilo que a Associação Geral diz. Ela disse:
Foi-me mostrado que o julgamento de nenhum homem devia render-se ao julgamento de outro. Mas quando o julgamento da Associação Geral, que é a mais elevada autoridade que Deus tem sobre a Terra, é exercido, independência e julgamento particulares não devem ser mantidos, mas renunciados.37
Por ocasião da 2ª Conferência Fé e Ciência, realizada em 2003 em Glacier View, no estado de Colorado, EUA, Cindy Tutsch, Diretora Associada do Patrimônio Ellen G. White, destacou em uma apresentação que as ideias e interpretações doutrinárias peculiares do adventismo devem sua “contínua veracidade” aos escritos de Ellen White e à cosmovisão que ela tinha acerca do Grande Conflito. Nas palavras de Tutsch, “o modelo do Grande Conflito, o qual foi apresentado por Ellen White e se baseia na Bíblia, tem, portanto, autoridade para determinar a contínua veracidade de doutrinas fundamentais tais como salvação, o sábado, o mistério da morte, a parúsia e o santuário”.38 Seus escritos são usados para estabelecer, defender e propagar as doutrinas adventistas. Sem Ellen White, as doutrinas e interpretações peculiares dos adventistas não conseguem passar por um exame cuidadoso. O adventismo do sétimo dia não consegue existir sem os escritos de Ellen White. Seu marido, Tiago White, reconheceu isso e disse:
Nossa posição sobre os Testemunhos [os escritos de Ellen White] é que eles são a pedra angular que, no alto, coloca em equilíbrio um arco de pedra. Tire os Testemunhos, e não sobrará nenhuma âncora lógica até que todas as verdades especiais da mensagem tenham desaparecido. Nada é mais certo do que isto: essa mensagem e as visões [de Ellen White] são inseparáveis.39
É pelo fato de o adventismo não conseguir existir sem Ellen White que, apesar das evidências incontestáveis que pessoas como Dudley M. Canright, Walter Rea, dr. Ronald L. Numbers, dr. Desmond Ford, dr. Fred Veltmann, dr. Clinton Baldwin, pastor Dale Ratzlaff, Colleen Tinker, Nikki Stevenson, pastor J. Mark Martin, dr. Jerry Gladson, dr. Andre Hill, Stephen Baxter, Kismarr Givans, Keswick Johnson, pastor Colin Bailey, Kerry Wynne, Larry Dean, eu e inúmeros outros apresentamos sobre Ellen White — isto é, evidências de plágios, crenças absurdas, erros teológicos, ensinamentos não bíblicos, gafes históricas, hipocrisias e declarações heréticas —, os adventistas continuam rejeitando todas as evidências. Eles fazem o máximo possível para tentar dar alguma explicação para essas evidências. Alguns as ignoram. Dão desculpas ridículas e usam de jogos de palavras para inocentá-la. Atacam o caráter de seus críticos na tentativa de desacreditá-los. Alguns entram em modo de negação total, enquanto outros defendem Ellen White, dizendo que está certa em tudo o que disse e fez. Fazem isso por causa de suas crenças, tanto subconscientes quanto explícitas, sobre ela e seus escritos.
Reivindicações sublimes que Ellen White fez de si mesma e de seus escritos
Os adventistas adoram fazer o jogo da negação e dissimulação quando se trata de assuntos relativos a Ellen White, em especial no que dizem respeito a seu papel profético e a seus escritos. Falam constantemente pelos dois lados da boca. Gostam de afirmar que ela nunca reivindicou ser profeta, mas essa afirmação é ridícula. Mesmo que ela nunca tenha reivindicado ser profeta, eles a aceitam como profeta. Eles lhe atribuíram condição e autoridade proféticas igual à dos profetas bíblicos. Por esse motivo, é irrelevante se ela reivindicou ou não ser profeta, pois a realidade é que ela é a profeta oficial deles. No entanto, a negação pelos adventistas de que ela não reivindicou ser profeta é uma mentira que é usada para enganar o público desavisado.
Ellen White reivindicou, sim, ser profeta, e em alguns casos reivindicou ser mais que profeta. Ela disse:
No início da minha juventude me perguntaram várias vezes: Você é uma profeta? Sempre respondi que sou mensageira do Senhor. Sei que muitos têm me chamado de profeta, mas não reivindiquei esse título. Meu Salvador me declarou que sou sua mensageira. […] Meu trabalho inclui muito mais do que a palavra “profeta” quer dizer.40
Ellen White tentou dissimular o sentido dos termos “mensageira” e “profeta” para negar que ela reivindicava ser profeta, mas, na Bíblia, quando encontramos referência a pessoas que Deus chamou para serem seus porta-vozes, “mensageiro” e “profeta” eram a mesma coisa. Esses eram títulos intercambiáveis (2Cr 36.15-16; Is 42.18-21; Ag 1.13; Ml 3.1; Mt 11.7-10). Ela afirmou não ter reivindicado o título de “profeta”, mas em seguida reivindicou que seu trabalho vai além do trabalho de um mero profeta. Isso significa que ela é uma profeta e muito mais do que isso. Isso é exatamente o que ela disse alguns parágrafos adiante: “Minha comissão abrange o trabalho de um profeta, mas não termina aí”.41 Todos os argumentos e negações adventistas de que Ellen White não reivindicava ser profeta são uma farsa, porque ela reivindicou, sim, ser uma profeta e muito mais do que isso. E, se realmente acreditam que ela nunca reivindicou ser profeta, então por que acreditam que ela era uma verdadeira profeta? Por que eles a aceitam como uma profeta que não é em nada diferente dos profetas bíblicos? É muito estranho que tentem negar a condição profética de Ellen White, mas ao mesmo tempo lhe atribuam a mesma condição profética dos profetas bíblicos.
Os adventistas tratam os escritos de Ellen White da maneira que fazem porque Ellen White estabeleceu o precedente de como eles devem entender e tratar os escritos dela. Ela fez reivindicações surpreendentes e sobrenaturais para si mesma e para seus escritos. Ellen White acreditava que tanto as Escrituras quanto seus escritos eram da autoria do Espírito Santo: “O Espírito Santo é o autor das Escrituras e do Espírito de Profecia.”42 Ela reivindicou inspiração verbal para seus escritos quando disse que “o Espírito de Deus trabalha em minha mente e me dá palavras apropriadas para expressar a verdade”.43 Essa inspiração verbal também foi reivindicada, quando afirmou que, “ao escrever esses livros preciosos, caso eu hesitasse, eu recebia a exata palavra que eu queria para expressar a ideia”.44
O que é chocante no caso dessas reivindicações de Ellen White de ter recebido inspiração verbal é que ela reivindicou isso para si, mas negou para os escritores da Bíblia! Ellen White disse:
Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que foram inspirados. O efeito da inspiração não ocorre nas palavras ou nas expressões ditas pelo homem, mas no próprio homem, o qual, sob a influência do Espírito Santo, é imbuído de pensamentos. Mas as palavras do profeta recebem a marca de sua mente individual.45
Nessa declaração, Ellen White inequivocamente rejeitou e negou a inspiração verbal das Escrituras. Mas, ao mesmo tempo, declarou a inspiração verbal de si mesma e de seus livros. O que isso logicamente significa é que, no seu subconsciente, Ellen White imaginou que seus escritos eram inspirados em um grau mais elevado do que as próprias Escrituras! Isso é blasfêmia. É impossível pessoas inteligentes não entenderem o que essas declarações estão dizendo, como também é impossível essas declarações serem “tiradas de contexto”, que é o que os adventistas afirmam incessantemente sempre que se examina alguma declaração de Ellen White que mostra seu ensino heterodoxo ou herético.
De quem é a palavra definitiva da parte de Deus? De Jesus ou de Ellen White?
Ellen White chegou a ponto de parecer substituir Jesus como o meio definitivo pelo qual Deus fala conosco. Ela disse:
Nos tempos antigos Deus falou aos homens pela boca de profetas e apóstolos. Nestes dias ele fala com eles pelos testemunhos de seu Espírito [os escritos de Ellen White]. Nunca houve uma época quando Deus instruiu mais seriamente que agora o seu povo a respeito de sua vontade e do caminho que deseja que sigam. Mas será que o povo se beneficiará com os ensinos divinos? Será que receberá as repreensões divinas e dará ouvidos às advertências? Deus não aceitará nenhuma obediência parcial; não aprovará nenhuma concessão que as pessoas façam para si mesmas.46
Nessa declaração há um enorme número de afirmações inequivocamente claras, mas ao mesmo tempo arrogantes. Para começar, Ellen White reescreve Hebreus 1.1-2 e substitui Jesus por ela mesma e seus escritos. Hebreus 1.1-2 diz: “1Há muito tempo, em muitas ocasiões e de muitas maneiras, Deus falou a nossos pais pelos profetas, 2mas nestes últimos dias nos falou por meio de seu Filho…”. O autor de Hebreus estava traçando um contraste entre a maneira de Deus falar com os antepassados e o meio que ele usou para falar desde que Jesus trouxe o eschaton — os últimos dias. Nos últimos dias, Deus fala definitivamente por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Ellen White leu essa declaração, removeu Jesus e se colocou como aquela voz definitiva por meio de quem Deus fala nos últimos dias, pois escreveu “Nos tempos antigos Deus falou aos homens pela boca de profetas e apóstolos. Nestes dias ele fala com eles pelos testemunhos de seu Espírito”. Isso é arrogante e blasfemo. Ellen White está usurpando o lugar de Jesus como a voz mais definitiva e oficial da parte de Deus para os últimos dias.
Em segundo lugar, Ellen White lança muita sombra sobre a maneira que Deus falou antes da época da própria Ellen e exalta que não há nada mais claro do que aquilo que ela fala em nome de Deus. Isso fica patente quando ela afirmou que “nunca houve uma época quando Deus instruiu mais seriamente que agora o seu povo a respeito de sua vontade e do caminho que deseja que sigam”. Isso é extremamente ridículo. O Antigo e o Novo Testamentos estão repletos da vontade e instruções definitivas de Deus para seu povo. Mas Ellen White acredita que aquelas vezes foram ineficientes e que é por meio dela que Deus comunica claramente sua vontade a seu povo.
Em terceiro lugar, Ellen White deixou claro que aquilo que ela estava comunicando eram a “vontade”, os “ensinos”, as “repreensões” e as “advertências” de Deus. Isso ficou claro em sua declaração: “Mas será que o povo se beneficiará com os ensinos divinos? Será que receberá as repreensões divinas e dará ouvidos às advertências? Deus não aceitará nenhuma obediência parcial; não aprovará nenhuma concessão que as pessoas façam para si mesmas.” E, por último, ela declarou incisivamente que Deus exige plena obediência aos escritos e instruções dados por ela.
Importância, funções e propósito dos escritos de Ellen White
Ellen White entendia que seus escritos eram uma proteção necessária ao redor da Bíblia. Ela declarou que os adventistas precisam de seus escritos porque têm negligenciado a Bíblia. Deus deu os escritos de Ellen White para simplificar as coisas para eles, e eles deviam estar familiarizados com seus escritos da mesma forma que deviam estar familiarizados com a Bíblia. Ela declarou:
Apanhei a preciosa Bíblia e a cerquei com os vários “Testemunhos para a Igreja”, dados ao povo de Deus. “Aqui”, disse eu, “a situação de quase todas as pessoas são tratadas. Os pecados que devem evitar são destacados. O conselho que desejam pode ser encontrado aqui, apresentado para outros casos parecidos com o deles. Deus se agradou em dar a vocês regra sobre regra e preceito sobre preceito. Mas não são muitos de vocês que realmente sabem o que está nos Testemunhos. Vocês não estão familiarizados com as Escrituras. Se vocês tivessem se dedicado ao estudo da palavra de Deus, com o desejo de alcançar o padrão bíblico e alcançar a perfeição cristã, vocês não teriam precisado dos Testemunhos. É porque vocês têm negligenciado em se familiarizar com o livro inspirado de Deus, que ele tem buscado alcançá-los por meio de testemunhos simples e diretos, chamando a atenção de vocês para as palavras de inspiração que vocês têm deixado de obedecer e exortando-os a moldar suas vidas de acordo com seus ensinos puros e sublimes.47
A ironia nessa declaração é que ela mostra como os adventistas são ignorantes das Escrituras, apesar de eles afirmarem ser “povo do Livro”. Por causa de seu analfabetismo bíblico, eles precisam dos escritos de Ellen White. Se apenas lessem suas Bíblias sozinhos, não teriam nenhuma necessidade dos escritos dela. Mas o reverso da moeda é que eles vivem em dissonância cognitiva. Quando usam essa declaração ou quando pessoas como eu a apontam para eles, eles alegam que, mesmo que conheçam suas Bíblias, precisam dos escritos dela porque ela é sua profeta inspirada. Quando ex-adventistas afirmamos que estamos satisfeitos apenas com as Escrituras e que não precisamos dos escritos de Ellen White como algum tipo de guia bíblico e espiritual, muitas vezes somos censurados por não aceitarmos os escritos dela. É extremamente difícil ajudar adventistas a entender as Escrituras e o evangelho por causa da abordagem camaleônica e da mentalidade dissonante que têm.
Ellen White negou alegações de infalibilidade quando disse “não reivindico infalibilidade”.48 Os adventistas negam que ela e também seus escritos sejam infalíveis. Mas isso não é verdade, conforme já foi visto. Ela reivindicou infalibilidade de várias maneiras, e eles também a reivindicam de várias maneiras para ela. Ela disse: “estes livros têm uma verdade clara, direta e inalterável e sem dúvida isso deve ser reconhecido. A instrução que eles trazem não é produto do ser humano”.49 Essa afirmação é uma reivindicação de infalibilidade. Aquilo que é “verdade inalterável” é infalível. Aquilo que é produto de Deus, conforme ela declarou aqui, é infalível. Não há como Ellen White e os adventistas afirmarem que, assim como foi o autor das Escrituras, o Espírito Santo foi o autor dos livros de Ellen White e então declararem que os livros de Ellen White são falíveis. O próprio fato de se reivindicar que o Espírito Santo é autor dos livros de Ellen White da mesma maneira que é das Escrituras, automaticamente torna infalíveis os livros dela, assim como as Escrituras são infalíveis. Não há como os livros dela terem “verdades inalteráveis” da parte de Deus e ao mesmo tempo essas verdades imutáveis serem falíveis. Mas não causa surpresa que Ellen White e os adventistas sejam dúbios sobre esse assunto, tal como fazem sobre inúmeras outras questões. A crença de Ellen White em sua infalibilidade é ainda mais reafirmada e fortemente expressa nesta declaração:
Em meus livros, a verdade é dita, protegida por um “Assim diz o Senhor”. O Espírito Santo escreveu essas verdades em meu coração e mente tão indelevelmente quanto a lei foi escrita pelo dedo de Deus, sobre as tábuas de pedra, que agora estão na arca, verdades que serão apresentadas naquele grande dia quando se pronunciará sentença contra todo conhecimento maligno e sedutor produzido pelo pai da mentira.50 [grifo do autor]
Essa afirmação, em que Ellen White arroga para seus escritos autoridade e infalibilidade divinas tão grandes, é tão forte que não é preciso entrar em detalhes.
Ellen White não apenas achava que seus livros eram divinamente inspirados, mas também pensava assim no caso de cartas que escrevia para pessoas e igrejas. Ela disse:
Quando fui para o estado de Colorado [nos Estados Unidos], eu sentia um peso tão grande por vocês, que, na minha fraqueza, escrevi muitas páginas para serem lidas na reunião campal de vocês. Fraca e trêmula, levantava-me às três horas da manhã para lhes escrever. Deus estava falando por meio do barro. Mas o documento foi totalmente esquecido; a reunião campal passou, e o documento não foi lido senão na reunião da Associação Geral. Vocês talvez dissessem que era apenas uma carta. Sim, foi uma carta, mas instigada pelo Espírito de Deus, para levar à mente de vocês coisas que me foram mostradas. Nessas cartas que escrevo, nos testemunhos que exponho, apresento a vocês o que o Senhor me apresentou. Não ponho por escrito no papel um único artigo que expresse apenas minhas próprias ideias. Elas são aquilo que Deus abriu diante de mim em visão — os preciosos raios de luz que brilham do trono.51
Ellen White tinha plena consciência das palavras que escolhia para comunicar aos adventistas. Ela disse que suas cartas eram testemunhos da parte do Espírito de Deus. Eram coisas que Deus lhe havia apresentado em visão e não eram meras opiniões ou ideias pessoais. Suas cartas e testemunhos são “raios preciosos de luz que brilham do trono [de Deus]”. Ellen White foi clara e direta em suas palavras. Na sua imaginação, seus escritos eram sublimes, infalivelmente verdadeiros e de origem divina. E por pensar dessa maneira foi que ela se sentiu tão ofendida pelo fato de sua carta não ter sido lida na reunião campal, onde ela pretendia que fosse lida.
Ellen White considerou um insulto ao Espírito Santo quando alguns adventistas pensaram que seus escritos e cartas eram “meramente a opinião da irmã White”. Ela disse:
Mas agora, quando lhes envio um testemunho de advertência e repreensão, muitos de vocês dizem que é meramente a opinião da irmã White. Dessa maneira vocês insultaram o Espírito de Deus. Vocês sabem como o Senhor se manifestou por meio do Espírito de profecia.52 O passado, o presente e o futuro têm passado diante de mim. Vi rostos que nunca tinha visto antes, e anos depois eu os reconheci quando os vi. Tenho sido despertada do meu sono com uma sensação vívida de assuntos previamente apresentados à minha mente e tenho escrito, à meia-noite, cartas que têm atravessado o continente e que, chegando em um momento de crise, têm salvado a causa de Deus de uma grande catástrofe. Essa tem sido minha obra por muitos anos. Um poder me tem impelido a repreender e censurar erros nos quais eu não havia pensado. Essa obra dos últimos trinta e seis anos vem do alto ou de baixo?53
Ellen White considerava que discordâncias e divergências com seus escritos e ideias eram discordâncias e divergências com o próprio Deus. E, além disso, ela achava que isso acontecia por causa da crença que ela tinha na origem celeste e na infalibilidade de seus escritos e ideias:
Aqueles que resistem às mensagens de Deus por meio de sua humilde serva pensam que estão em desacordo com a irmã White, porque as ideias dela não estão em harmonia com as deles; mas esse desacordo não é com a irmã White, mas com o Senhor, que lhe deu a obra para fazer.54
No que diz respeito a Ellen White, qualquer oposição a seus escritos e ideias é oposição a Deus. Essa ideia que ela tinha de seus escritos e mensagens não é diferente daquela que os autores e profetas bíblicos tinham daquilo que escreveram e ensinaram. Ellen White realmente acreditava que ela estava no mesmo nível dos profetas bíblicos, e os adventistas têm repetidamente defendido isso.
Perder a fé nos escritos de Ellen White antecede perder totalmente a fé em Deus
Ellen White acreditava que seus escritos eram tão essenciais para a fé dos adventistas que disse que Satanás fará esforços especiais para reduzir a eficácia daqueles escritos e que esse ataque de Satanás será “o derradeiro engano”.
O derradeiro engano de Satanás será anular a eficácia do testemunho do Espírito de Deus. “Onde não há visão, o povo perece” (Pv 29.18). Satanás atuará engenhosamente, de diferentes maneiras e por meio de diferentes agentes, para abalar a confiança do povo remanescente de Deus [isto é, dos adventistas do sétimo dia] no verdadeiro testemunho.55
Ela acreditava que seus escritos eram tão indispensáveis à fé que predisse que a fé diminuiria mais e mais até ser totalmente destruída e que esse fim começaria com a dúvida em seus escritos. Ela declarou:
É plano de Satanás enfraquecer a fé que o povo de Deus tem nos Testemunhos. Em seguida vem o ceticismo quanto aos pontos vitais de nossa fé, as colunas de nossa posição, e então vem a dúvida quanto às Sagradas Escrituras e, então, a marcha para baixo, para a perdição. Quando os Testemunhos, nos quais outrora se acreditava, são postos em dúvida e abandonados, Satanás sabe que as pessoas enganadas não pararão aí; e ele redobra seus esforços até lançá-los em rebelião aberta, a qual se torna incurável e termina em destruição.56
De acordo com essa declaração, junto com a anterior, “o derradeiro engano” de Satanás será enfraquecer a fé nos escritos de Ellen White e “anular a eficácia” deles. Depois de Satanás agir assim, as pessoas se tornarão céticas a respeito das doutrinas adventistas. Ellen White está inadvertidamente admitindo que as doutrinas e interpretações adventistas estão fundamentadas em seus escritos porque, quando pessoas abandonarem seus escritos, as doutrinas adventistas seriam automaticamente impactadas e descartadas. Se as doutrinas e interpretações adventistas não estivessem fundamentadas nos escritos de Ellen White, por que seriam impactadas e descartadas quando alguém para de ler aqueles escritos? Ellen White declara ainda que, quando as doutrinas adventistas são questionadas e abandonadas, então as pessoas começarão a duvidar da própria Bíblia. E, depois que a Bíblia é abandonada, então há naturalmente uma “marcha para baixo, para a perdição”.
Ellen White deu atenção especial a seus escritos e acreditava que eles são a chave para manter a fé. Abandonar seus escritos levará inevitavelmente a uma “rebelião incurável” que terminará em destruição. A admiração e a megalomania de Ellen White com seus escritos e com sua própria importância eram tão grandes que ela os colocava à frente das Escrituras como aquilo que antecedia a perda total da fé nas Escrituras e em Deus. Antes de alguém ser capaz de perder a fé nas Escrituras e rumar para a destruição, tem primeiro de perder a fé em Ellen White e nas doutrinas dos adventistas. Essas declarações são muito fortes, claras, inconfundíveis e absolutamente sectárias. Ellen White colocou seus escritos acima das Escrituras, como a cerca ao redor das Escrituras e como aquilo que é essencial para entender as Escrituras.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia é bem clara em dizer que Ellen White é “divinamente inspirada” e que seus escritos “corrigem as interpretações imprecisas” das Escrituras. Dá para ser mais claro do que isso, prezado leitor? Que mais declarações preciso apresentar de autoria da própria Ellen White, de adventistas do mais alto escalão e de declarações denominacionais oficiais para provar o que exatamente os escritos de Ellen White significam para os adventistas?
Será que a Luz Maior precisa de uma “luz menor”?
Apenas no caso de você precisar de um pouco mais de informação para se convencer, Ellen White considerou seus escritos uma “luz menor” que dirige as pessoas para a “luz maior”, a Bíblia. Ela disse: “quase nenhuma atenção é dada à Bíblia, e o Senhor deu uma luz menor para levar homens e mulheres à luz maior”.57 Até hoje os adventistas ainda chamam Ellen White e seus escritos de “a Luz Menor”. Por mais inofensivo que pareça esse título que deu para a si mesma, ele é ridículo e bastante problemático. Jesus deixa muito claro que ele é a luz do mundo (Jo 8.12; 9.5). E todos os que creem nele também são a luz do mundo (Mt 5.14). Mas não somos “a luz do mundo” no sentido de que nossos livros e escritos são livros “divinamente inspirados” e oficiais sobre os quais a doutrina deve ser construída, nem no sentido de que nossos escritos devem “corrigir interpretações imprecisas” das Escrituras, que é como os adventistas usam os escritos de Ellen White. Nós somos a luz do mundo em um sentido moral. O próprio Jesus explicou isso em Mateus 5.16, quando disse “assim também brilhe a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as suas boas obras e deem glória ao Pai de vocês, que está nos céus”. Paulo se referiu aos crentes como luzes do mundo também nesse sentido moral, quando disse: “façam tudo sem murmuração nem contenda, para que vocês sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, na qual vocês resplandecem como luzes no mundo” (Fp 2.14-15).
Os crentes jamais são chamados de “luzes menores” cujos escritos e autoridade profética são necessários para apontar para Jesus ou para a Palavra de Deus como a “Luz Maior”. A Palavra de Deus não precisa de ajuda para brilhar intensamente. Ela já brilha intensamente por si só (2Pe 1.19). Jesus não precisa de ajuda para brilhar intensamente. À medida que Jesus e a Palavra de Deus brilham intensamente, eles podem atrair pessoas para si sem nenhum escrito de profetas extrabíblicos (Jo 12.32). A ideia de Ellen White ser uma “luz menor” necessária que aponta para a “luz maior” das Escrituras é absurda e mostra que, para precisar de uma luz menor, os adventistas estão necessariamente em uma caverna teológica escura como breu. Uma luz menor só é necessária e útil se a pessoa estiver em escuridão total. Uma luz menor não é necessária nem útil na luz do sol ofuscante. Uma lanterna não tem absolutamente nenhuma utilidade em um dia ensolarado. Vai parecer louco varrido alguém que lá fora, em um dia ensolarado, use uma lanterna ligada para apontar onde está o sol. A glória refulgente do sol fará desaparecer a tênue luz da lanterna e a tornará inútil. Isto é exatamente o que acontece com as Escrituras e os escritos de Ellen White. As Escrituras são como um sol refulgente, que brilha gloriosamente, e os crentes estão lá fora, em um dia ensolarado, se aquecendo em sua glória e não têm nenhuma necessidade de uma lanterna para nos apontar onde está o sol.
Na verdade, ao contrário do que Ellen White e os adventistas afirmam sobre os escritos dela apontarem para as Escrituras e torná-las claras, na realidade aqueles escritos tornam as Escrituras muito confusas, enigmáticas e desconcertantes. Ler as Escrituras através das lentes de Ellen White é um labirinto de confusão para os adventistas. É por esse motivo que tantas doutrinas falsas e legalismo são abundantes nas declarações doutrinárias e nas experiências religiosas dos adventistas. Ellen White é má notícia quando se trata de entender e interpretar a Bíblia. A iluminação vem quando os adventistas deixam de lado os escritos de Ellen White e leem as Escrituras de acordo com o contexto das próprias Escrituras. À medida que as Escrituras vão iluminando-os, eles enxergam contradições gritantes entre os escritos de Ellen White e as Escrituras e, por fim, não têm escolha a não ser parar de ler Ellen White e abandonar totalmente o adventismo. O dr. Jerry Gladson, que é um conhecido ex-professor, ex-pastor e ex-teólogo adventista, expressou claramente o que quero dizer:
Quando eu lia os escritos de Ellen White antes mesmo de Walter Rea [escrever seu livro], em particular quando eu lia as vastas interpretações de Ellen White sobre textos bíblicos, muitas vezes os escritos pareciam perder de vista o espírito essencial das Escrituras. Senti, por intuição, que ela estava seguindo um rumo teológico totalmente diferente do das Escrituras, na direção a uma justificativa sectária do adventismo, em vez de um entendimento mais amplo e mais ecumênico. Ela parecia torcer ou manipular as Escrituras para seus objetivos pessoais, o que, considerando-se a posição teológica por ela adotada, é compreensível. É difícil de expressar em palavras essa intuição sobre Ellen White, mas eu senti essa intuição profundamente à medida que estudava a Bíblia em profundidade durante meus estudos de pós-graduação. Por fim, o conflito que vi entre o texto bíblico e o que Ellen White tinha a dizer sobre o texto bíblico se tornou tão grande que tive que parar de lê-la, pelo menos na área de interpretação bíblica.58
Aqueles adventistas que enxergam os problemas gritantes com Ellen White e as Escrituras e permanecem no adventismo vivem, em geral, em um labirinto de dissonância cognitiva, de conflito íntimo, de doutrinas heterodoxas e heréticas e de uma relutância e incapacidade desconcertantes de defender suas doutrinas e interpretações bizarras.
Por causa das evidências que apresentei neste capítulo, os escritos de Ellen White serão usados extensamente ao longo destes volumes, enquanto examino as falsas doutrinas dos adventistas. Ellen White é o adventismo. O adventismo é Ellen White. Não há nenhuma maneira de se desviar disso. Sem os escritos de Ellen White não dá para conhecer nem entender verdadeiramente o que eles acreditam e ensinam nem suas pressuposições subconscientes e subjacentes. Qualquer declaração de Ellen White sobre qualquer assunto ou doutrina adventista é a crença-padrão, a posição-padrão, a interpretação-padrão e o entendimento-padrão dos adventistas. Isso ascontece por causa daquilo que eles têm dito e daquilo que eles oficialmente acreditam e ensinam sobre os escritos de Ellen White. E, é claro, é nesse ponto elevadíssimo que ela colocou seus escritos para os adventistas.
Além disso, esta é uma interpretação justa sobre Ellen White porque a Igreja Adventista do Sétimo Dia jamais rejeitou oficialmente qualquer ideia, interpretação, doutrina, ensino, livro ou qualquer outro material que ela, direta ou indiretamente, produziu. Eles continuam se esforçando ao máximo para esconder os materiais constrangedores, para reinterpretá-los, para defendê-los e para tentar dar uma explicação para eles. Mas eles jamais rejeitaram qualquer coisa da autoria de Ellen White nem cortaram vínculos com qualquer coisa relativa a ela e a seus escritos.
Em conclusão, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem duas fontes de autoridade – a Bíblia e os escritos de Ellen White. Apesar disso, eles dão maior peso de autoridade aos escritos de Ellen White no caso de doutrinas, políticas denominacionais e práticas. A Igreja Adventista do Sétimo Dia e os escritos de Ellen White são mutuamente dependentes. Derrube um, e o adventismo todo se desintegrará. Os escritos de Ellen White têm de ser obedecidos por adventistas conscienciosos. Ela declarou:
Temos de seguir as orientações dadas por meio do espírito de profecia. Temos de amar e obedecer a verdade para este tempo. Isso nos salvará de aceitar fortes ilusões. Deus tem falado conosco por meio de sua palavra. Ele nos falou por meio dos testemunhos à igreja e por meio dos livros que ajudaram a tornar claro nosso presente dever e a posição que agora devemos ocupar. Deve-se prestar atenção às advertências que foram dadas, regra sobre regra, preceito sobre preceito. Se as desconsiderarmos, que desculpas podemos apresentar?59
Ellen White não deixa que os adventistas decidam por si mesmos sobre as convicções que ela tinha e a posição que ela ocupa no adventismo. Ela afirmou que Deus fala com igual autoridade por meio da Bíblia e dos escritos e livros dela. Os adventistas têm de estar em conformidade e em obediência com o que Ellen White diz. Se ousarem desconsiderar seus escritos, ela perguntou, que desculpa podem apresentar a Deus? As almas deles com certeza estarão em perigo. É isso é o que Ellen White ensinou. É nisso que os adventistas acreditam. Com base nas evidências apresentadas, os adventistas não acreditam apenas na Bíblia como fundamento para a fé, a doutrina e a prática. Eles têm duas fontes de autoridade — Ellen White e a Bíblia —, e Ellen White tem precedência sobre a Bíblia. E, considerando o fato de que ela é a autoridade que interpreta a Bíblia para eles, isso coloca a Bíblia sob a autoridade de Ellen White, dessa maneira fazendo com que ela seja a autoridade única e real sobre eles. Eles simplesmente usam a Bíblia para validar a autoridade de Ellen White. Essa é uma clara rejeição da crença protestante na Sola Scriptura e automaticamente coloca o adventismo no âmbito das seitas.
NOTAS As notas de rodapé seguem a numeração do original em inglês. |
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20. Este capítulo sobre Ellen G. White não pretende tratar de todas as questões relativas a ela. O objetivo do capítulo é destacar seu papel como profetisa oficial, seus escritos como o fundamento das doutrinas, crenças, suposições, interpretações e posições dos adventistas e sua influência contínua na vida e estrutura denominacional do adventismo. Fontes recomendadas que tratam extensamente de Ellen White e as questões que a envolvem são: ᛫ Sydney Cleveland, White washed: uncovering the myths of Ellen G. White, 2 ed. (Casa Grande: LAM Publications, 2011) [edição em português: O caso White — desvendando os mitos sobre Ellen G. White (São Paulo: Reflexão, 2017)]; ᛫ Dirk Anderson, White out: an investigation of Ellen G. White (Glendale: Life Assurance Ministries, 1999, 2001) [edição parcial em português: A nuvem branca, disponível em https://www.nonsda.org/egw/port/woc.htm; acesso em 5 jul. 2023]; ᛫ D. M. Canright, Life of Mrs. E. G. White Seventh-day Adventist prophet: her false claims refuted (Salt Lake City: Grant Shurtliff Publisher, Sterling Press, 1998) [edição em português: A vida da Sra. Ellen White, tradução de Pedro Erich (Joinville: Clube de Autores, 2018)]; ᛫ Terrie Dopp Aamodt; Gary Land; Ronald L. Numbers (organizadores), Ellen Harmon White: American prophet (New York: Oxford University Press, 2014); ᛫ Brian S. Neumann, The White elephant in Seventh-day Adventism (Mustang: Tate Publishing & Enterprises, 2016); ᛫ Ronald L. Numbers, Prophetess of health: a study of Ellen G. White (New York: Harper and Row, 1976); ᛫ Steve Daily, Ellen G. White: a psychobiography (Conneaut: Page Publishing, 2020). 21. Ellen G. White, Life sketches of Ellen G. White, p. 64, parágrafo 1. 22. Ellen G. White, revista Review and Herald, edição de 25 mai. 1905. 23. The Secretariat, General Conference of Seventh-day Adventists, Seventh-day Adventist Church manual (Doral: Inter-American Division Publishing Association, 2005, 2007), p. 32 [edição em português: Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia – 2010 (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2016), p. 48). 24. “The gift of prophecy” (disponível em https://www.adventist.org/gift-of-prophecy/the-gift-of-prophecy/; acesso em 5 jul. 2023). A tradução dessa crença em português é encontrada, por exemplo, em Stanley Arco, “Seguros e prósperos” (disponível em https://www.revistaadventista.com.br/stanleyarco/bussola/seguros-e-prosperos/; acesso em 5 jul. 2023). 25. Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia – 2010 (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011), p. 169.??? 26. “Statement of confidence in the writings of Ellen G White” (disponível em https://www.adventist.org/official-statements/statement-of-confidence-in-the-writings-of-ellen-g-white/; acesso em 5 jul. 2023) [tradução em português: “Declaração de confiança nos escritos de Ellen G. White” (disponível em https://www.adventistas.org/pt/institucional/organizacao/declaracoes-e-documentos-oficiais/declaracao-de-confianca-nos-escritos-de-ellen-g-white/; acesso em 5 jul. 2023)]. 27. Teacher’s edition of the SDA Sabbath School-Quarterly Study Guide [Edição do professor do Guia de Estudo Trimestral da Escola Sabatina], lição de 11 de fevereiro de 1978, p. 112. 28. Ron Graybill, “Ellen White’s role in doctrine formation”, Ministry Magazine (October 1981) (disponível em https://www.ministrymagazine.org/archive/1981/10/ellen-whites-role-in-doctrine-formation; acesso em 5 jul. 2023). 29. Alberto R. Timm, “The ecclesiological role of Ellen G. White”, Perspective Digest 18.1 (January 1, 2013) (disponível em https://www.perspectivedigest.org/archive/18-1/the-ecclesiological-role-of-ellen-g-white; acesso em 5 jul. 2023). 30. “Ellen Gould Harmon White: American religious leader”, em Encyclopedia Britannica (disponível em https://www.britannica.com/biography/Ellen-Gould-Harmon-White; acesso em 5 jul. 2023). 31. “A statement of confidence in the Spirit of Prophecy” [Uma declaração de confiança no Espírito de Profecia] (disponível em https://web.archive.org/web/20210115231322/secc.adventistfaith.org/visitors-statements-spirit-of-prophecy; acesso em 5 jul. 2023). A tradução desse texto é apresentada nos parágrafos 3 a 7 do artigo “A Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia confia no Dom de Profecia?” (https://www.centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/a-associacao-geral-da-igreja-adventista-do-setimo-dia-confia-no-dom-de-profecia/, acesso em 5 jul. 2023). 32. Em 1982, em resposta ao livro de Walter Rea The White lie [A mentira branca], que mostrou muitos problemas com os escritos de Ellen White e demonstrou que ela era plagiadora, a Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia constituiu uma comissão extraordinária para estudar os escritos de Ellen White e apresentar uma declaração a respeito. Os membros da comissão concluíram aquele estudo com 10 afirmações e também 10 negações a respeito dos escritos de Ellen White. Não apenas essas afirmações e negações estão repletas de confusão e contradições, mas também mostram como os adventistas do sétimo dia são tortuosos e ambíguos em relação às Escrituras e a Ellen White. A negação número 4 diz: “Nós não cremos que os escritos de Ellen White podem ser usados como base de doutrina”. Mas 13 anos depois, em junho de 1995, na Assembleia da Associação Geral, que é a autoridade de mais alto nível na IASD, eles afirmaram exatamente o contrário! Disseram: “Consideramos o cânon bíblico fechado. Mas também cremos, assim como criam os contemporâneos de Ellen White, que seus escritos têm autoridade divina, tanto para a vida piedosa quanto para a doutrina”. Os adventistas são constantemente ambíguos para enganar propositadamente o público sobre suas crenças, ao mesmo tempo em que se apegam incessantemente àquelas crenças que se esforçam tanto para negar. É exatamente assim que as seitas funcionam. Pode-se ler as contraditórias “afirmações e negações” aqui: https://www.ministrymagazine.org/archive/1982/08/the-inspiration-and-authority-of-the-ellen-g.-white-writings (acesso em 5 jul. 2023) [tradução em português: https://www.centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-sobre-ellen-g-white/a-inspiracao-e-autoridade-dos-escritos-de-egw/ (acesso em 5 jul. 2023)]. [NOTA DO TRADUTOR — O livro The White lie foi parcialmente traduzido em português com o título A mentira branca e está disponível em https://archive.org/download/AMentiraBrancawalterT.Rea/AMentiraBrancawalterT.Rea.pdf, acesso em 5 jul. 2023. Infelizmente não foram traduzidos os apêndices, que têm mais de 120 páginas e comparam textos de outros autores com textos da própria Ellen White, comprovando que ela plagiou.] 33. Ellen G. White, Manuscript releases, vol. 14, p. 278, parágrafo 3. 34. Ellen G. White, Testimonies for the church [= Testemunhos para a igreja], vol. 3, p. 417 (1875). 35. Ellen G. White, Testimonies for the church [= Testemunhos para a igreja], vol. 3, p. 451 (1875). 36. Ellen G. White, citada em Action of General Conference, 1877 Yearbook, 1914, p. 255. Também citada em The Paulson Collection of Ellen G. White letters, p. 422, parágrafo 1. 37. Ellen G. White, Testimonies for the church [= Testemunhos para a igreja], vol. 3, p. 492 (1875). 38. Cindy Tutsch, Interpreting Ellen G. White’s Earth history comments, Faith and Science Conference II, Glacier View, Colorado, Aug. 13-21, 2003 (disponível em https://whiteestate.org/legacy/issues-genesis-html/; acesso em 5 jul. 2023). 39. James White, Review and Herald Supplement, August 14, 1883. 40. Ellen G. White, Selected messages [= Mensagens escolhidas], vol. 1, p. 32, parágrafo 4. 41. Ibid., p. 36, parágrafo 2. 42. Ellen G. White, Selected messages [= Mensagens escolhidas], vol. 3, p. 30, parágrafo 3. 43. Ibid., p. 51, parágrafo 5. 44. Ibid., p. 51, parágrafo 7. 45. Ellen G. White, Selected messages [= Mensagens escolhidas], vol. 1, p. 21, parágrafo 2. 46. Ellen G. White, revista Review and Herald, edição de June 9, 1885, parágrafo 10. 47. Ellen G. White, Life sketches of Ellen G. White, p. 198, parágrafo 1. 48. Ellen G. White, Daughters of God [= Filhas de Deus], p. 272, parágrafo 6. 49. Ellen G. White, Letter H-339, Dec. 26, 1904. 50. Ellen G. White, Colporteur ministry [= Mensageiros da esperança], p. 126. 51. Ellen G. White, Pamphlet 117, p. 49, parágrafo 1. 52. A expressão “Espírito de Profecia” (abreviado para “EDP” pelos adventistas), conforme usada aqui por Ellen White, é uma referência apenas a Ellen White e seus escritos. Os adventistas baseiam a expressão em Apocalipse 19.10 e creem que o termo se refere exclusivamente a Ellen White. 53. Ellen G. White, Selected messages [= Mensagens escolhidas], vol. 1, p. 27, parágrafo 1. 54. Ellen G. White, revista Review and Herald, edição de terça-feira, 26 ago. 1890. 55. Ellen G. White, Selected messages [= Mensagens escolhidas], vol. 1, p. 48. 56. Ellen G. White, Testimonies for the church [= Testemunhos para a igreja], vol. 4, p. 211. 57. Ellen G. White, The colporteur evangelist [= O colportor evangelista], p. 37 (1902). 58. Jerry Gladson, A theologian’s journey from Seventh-day Adventism to mainstream Christianity (Glendale: Life Assurance Ministries, 2000), p. 162. [NOTA DO TRADUTOR: O livro de Walter Rea a que Gladson se refere é The White lie (A mentira branca), já mencionado acima.] 59. Ellen G. White, Testimonies for the church [= Testemunhos para a igreja], vol. 8, p. 298, parágrafo 1. |