Pessoas vivas em 1856 seriam arrebatadas

RESUMO
Ellen White profetizou que alguns participantes de uma reunião ocorrida em 1856 não veriam a morte, mas seriam arrebatadas por ocasião da volta de Jesus. 160 anos depois eles ainda não foram arrebatados… Quase 50 anos depois da profecia, a Ellen pediu a dois adventistas para esquecerem o assunto. A igreja adventista costuma defender o não cumprimento da profecia, alegando que foi uma profecia condicional. Mas há claras razões para crer que é impossível que seja condicional. Por que a ordem da Ellen para esquecer a profecia não faz sentido. Três perguntas para reflexão. A terceira: “O que essa profecia ensina sobre a capacidade de Ellen White de ver o futuro?”.

RESUMO

Ellen White profetizou que alguns participantes de uma reunião ocorrida em 1856 não veriam a morte, mas seriam arrebatadas por ocasião da volta de Jesus.
160 anos depois eles ainda não foram arrebatados…
Quase 50 anos depois da profecia, a Ellen pediu a dois adventistas para esquecerem o assunto.
A igreja adventista costuma defender o não cumprimento da profecia, alegando que foi uma profecia condicional. Mas há claras razões para crer que é impossível que seja condicional.
Por que a ordem da Ellen para esquecer a profecia não faz sentido.
Três perguntas para reflexão. A terceira: “O que essa profecia ensina sobre a capacidade de Ellen White de ver o futuro?”.

“Pessoas vivas em 1856 serão arrebatadas”¹

Pessoas vivas em 1856 seriam arrebatadas: essa foi uma visão que Ellen White teve e que descreve com as seguintes palavras:

Vi o grupo dos que estavam presentes à Conferência. O anjo disse: “Alguns servirão de comida para os vermes, alguns sofrerão as últimas pragas, alguns estarão vivos e permanecerão na terra para serem arrebatados por ocasião da vinda de Jesus“.²

Mais de 160 anos depois

É óbvio que, passados mais de 160 anos, todos os presentes àquela reunião já morreram. O fato é que, apesar de essa e de outras profecias da Ellen, as pragas do Apocalipse não vieram, ninguém foi arrebatado, e todos morreram.

“Esqueçam aquela profecia”

E é bem curiosa a reação da Ellen quando ficou sabendo que dois adventistas bastante comprometidos com a obra estavam preparando uma lista daqueles que haviam estado naquela conferência de 1856 e ainda estavam vivos. Quem dá o testemunho é ninguém menos do que J. N. Loughborough, que é reconhecido pelos próprios adventistas como um importante e respeitado pioneiro:³

Por volta de 1904 [48 anos depois da reunião em 1856], conforme me foi relatado pelo irmão Nelson por ocasião da Conferência Geral de 1905, ele e George Amadon estavam fazendo uma lista daqueles que participaram daquela reunião em Battle Creek em 1856. Foram ver a irmã White para perguntar se ela conseguia se lembrar de algum nome que tivessem omitido. O irmão Nelson me contou que ela disse: “O que vocês estão fazendo?”. Ele respondeu: “Fazendo uma lista daqueles participaram daquela reunião”. Ela indagou: “O que vão fazer com ela?”. Ele respondeu: “Vou providenciar a impressão de cópias da lista e enviá-las a todo o nosso povo”. Ela respondeu: “Então parem imediatamente. Se tiverem essa lista, ao invés de trabalharem para levar a mensagem adiante, estarão toda semana prestando atenção à revista Review para saber quem morreu”.⁴

A reação da Ellen é curiosa. Não há registro de que tenha dito as palavras “Esqueçam aquela profecia”. Mas na prática é o que disse. Com a maior naturalidade ela determina: “Parem imediatamente.”

Uma profecia claramente incondicional

Ao contrário daquilo que teólogos adventistas costumam dizer, aquela não foi uma profecia condicional.

Para começar, comecemos com a preocupação de Nelson e Amadon. É importante lembrar que esses dois eram pioneiros sinceros e conheciam bem a profecia. A preocupação só faz sentido se eles acreditavam que aquela era uma profecia incondicional. Caso contrário, por que perderiam tempo com isso?

Além disso, se fosse profecia condicional, a Ellen poderia explicado isso aos dois. Em vez disso, mandou esquecerem o assunto.

Por fim, qualquer um que, sem ideia preconcebida, leia o texto acima reconhecerá que Ellen White afirmou, com toda clareza, que alguns permaneceriam vivos até o arrebatamento. Não há nenhuma condição para seu cumprimento.

Como assim esquecer a profecia?

A ordem para deixar o assunto para lá, para não lembrar ao povo adventista o assunto, não faz sentido.

Afinal, a preocupação da Ellen era que o povo adventista trabalhasse, e aquela lista seria um grande estímulo ao trabalho. A lógica é simples: à medida que mais pessoas presentes àquela reunião de 1856 fossem morrendo, mais perto estaria, o fim e o povo adventista, vendo o fim se aproximar, seria mais e mais motivado a servir a Deus e estar preparado para o fim.

Talvez a Ellen já não estivesse tão segura da veracidade de sua profecia.

Para refletir

Por que Ellen White teria dito aquela profecia.
Por que Ellen ordenou aos dois que parassem com aquela lista?
O que essa profecia ensina sobre a capacidade de Ellen White de ver o futuro?

NOTAS
1. Postagem baseada em “The ‘food for worms’ vision”, de Robert K. Sanders. Disponível em http://www.truthorfables.com/Food_for_Worms.htm. Acesso em 7 abr. 2020. 2. Original: “I was shown the company present at the Conference. Said the angel: ‘Some food for worms, some subject to the last plagues, some will be alive and remain upon the earth to be translated at the coming of Jesus’.” (Testimonies for the church [Testemunhos para a igreja], vol. 1, p. 131). 3. “John Norton Loughborough”. Disponível em http://www.centrowhite.org.br/downloads/imagens/pioneiros-mundiais/john-norton-loughborough-1832-1924/, acesso em 20 dez. 2019. 4. Original: “About 1904 [forty-eight years after the meeting in 1856], as told to me by Brother Nelson at the General Conference in 1905, he and George Amadon were making a list of those who attended that meeting in Battle Creek in 1856. They went to see Sister White to ask her if she could remember any names they had omitted. Brother Nelson told me she said, ‘What are you doing?’ He replied, ‘I am getting a list of those who attended that meeting.’ She asked, ‘What are you going to do with it?’ He replied, ‘I am going to have copies of it printed and sent to all our people.’ She replied, ‘Then you stop right where you are. If they get that list, instead of working to push on the message, they will be watching the REVIEW every week to see who is dead’.” (revista Review and Herald, 22 jan. 1931, p. 24).

NOTAS

1. Postagem baseada em “The ‘food for worms’ vision”, de Robert K. Sanders. Disponível em http://www.truthorfables.com/Food_for_Worms.htm. Acesso em 7 abr. 2020.

2. Original: “I was shown the company present at the Conference. Said the angel: ‘Some food for worms, some subject to the last plagues, some will be alive and remain upon the earth to be translated at the coming of Jesus’.” (Testimonies for the church [Testemunhos para a igreja], vol. 1, p. 131).

3. “John Norton Loughborough”. Disponível em http://www.centrowhite.org.br/downloads/imagens/pioneiros-mundiais/john-norton-loughborough-1832-1924/, acesso em 20 dez. 2019.

4. Original: “About 1904 [forty-eight years after the meeting in 1856], as told to me by Brother Nelson at the General Conference in 1905, he and George Amadon were making a list of those who attended that meeting in Battle Creek in 1856. They went to see Sister White to ask her if she could remember any names they had omitted. Brother Nelson told me she said, ‘What are you doing?’ He replied, ‘I am getting a list of those who attended that meeting.’ She asked, ‘What are you going to do with it?’ He replied, ‘I am going to have copies of it printed and sent to all our people.’ She replied, ‘Then you stop right where you are. If they get that list, instead of working to push on the message, they will be watching the REVIEW every week to see who is dead’.” (revista Review and Herald, 22 jan. 1931, p. 24).

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