• Pular para navegação primária
  • Skip to main content
  • Pular para sidebar primária
adventismo.com.br

adventismo.com.br

adventismo: o que não querem que você saiba

  • o site
    • página inicial
    • origem do site
    • dedicatória
    • quem somos
    • fontes usadas
  • privacidade
  • contato
Você está em: Home / ética problemática / racismo / O racismo e a estatística manipulada pelo adventismo

O racismo e a estatística manipulada pelo adventismo

Postado em 17 de junho de 2020 por Marcio Redondo

Imagem da postagem: "O racismo e a estatística distorcida pelo adventismo"
RESUMO
  • Adventistas recorrem a manipulação de dados estatísticos para tentar provar que não há nada de racismo em Ellen White e na Igreja Adventista do Sétimo Dia.
  • Os números dizem, que nos Estados Unidos, os negros são 32% dos adventistas e os latinos são 15%.
  • Mas a multirracialidade adventista nos Estados Unidos é um mito porque naquele país:
    • existem igrejas adventistas só de negros e igrejas adventistas só de brancos;
    • as conferências (associações) estão divididas em conferências de igrejas brancas e conferências de igrejas negras;
    • tem uma universidade adventista só de negros.
  • Além disso, ao longo do século 20 os adventistas:
    • se omitiram na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos;
    • se omitiram na luta contra o apartheid na África do Sul;
    • apoiaram o regime nazista de Adolf Hitler, inclusive expulsando membros de origem judaica.
  • Há uma explicação para a elevada porcentagem (32%) de adventistas americanos negros: a IASD escondeu bem o racismo de Ellen White e foi paternalista com os negros, dando-lhes belos templos e escolas.
  • Perguntas para refletir. A quarta pergunta: A liderança adventista brasileira tem interesse em que os brasileiros saibam dessas verdades?

O racismo e a estatística manipulada pelo adventismo1

Manipular dados estatísticos é comum quando alguém não tem mais argumentos. É o que acontece quando adventistas tentam enfrentar a acusação de preconceito racial no meio adventista nos Estados Unidos.

Para isso, distorcem estatísticas sobre a presença de brancos, negros e outros grupos étnicos nas igrejas adventistas daquele país e tentam ocultar coisas ditas por Ellen White. (Quanto às ideias racistas da Ellen, você pode saber mais a respeito nas postagens O racismo de Ellen Gould White e A amalgamação racista de Ellen White.)

O que dizem os números

Uma pesquisa feita em 2015 pelo Pew Research Center, o equivalente americano ao Ibope brasileiro, revela que os adventistas do sétimo dia são, nos Estados Unidos, o grupo religioso com maior diversidade racial. A pesquisa colocou os adventistas em primeiro lugar!2

De acordo com a pesquisa os adventistas estão distribuídos da seguinte maneira:3

PorcentagemEtnia
37%brancos
32%negros
15%latinos
8%asiáticos
8%mestiços/outros

Os adventistas gostam de mostrar os resultados dessa pesquisa para todo mundo. E dá até vontade de dar os parabéns aos adventistas, mas, examinando melhor os números, a gente descobre que, infelizmente, a verdade não é nada assim.

Mentiras estatísticas

Há muito tempo políticos e economistas descobriram que é possível esconder a verdade com o uso de dados estatísticos. Isso é fato.

Em inglês há um ditado curioso: “Há três espécies de mentiras: as mentiras, as mentiras diabólicas e as estatísticas”. Em outras palavras, as estatísticas são o pior tipo de mentira. Emprega-se o ditado para se referir a alguém que usa números para reforçar argumentos bem frágeis.

Lamentavelmente, adventistas, com o objetivo de se esquivar da acusação de racismo, mentem com estatísticas.

O mito da multirracialidade adventista

Os números mais acima mostram que, nos Estados Unidos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a religião que se sai melhor no quesito multirracialidade. Mas infelizmente isso não é confirmado pelos fatos. Pelo contrário, é um mito. É aquilo que prefiro chamar de mentira estatística.

Igrejas só de brancos e igrejas só de negros

Sei que para a cabeça do brasileiro isso é difícil de entender. Mas é assim mesmo. Nos Estados Unidos há igrejas adventistas exclusivamente de negros e igrejas adventistas exclusivamente de brancos.[4] Ou seja, nessas igrejas adventistas não há integração racial. Mas isso as estatísticas não mostram.

Conferências de igrejas brancas e conferências de igrejas negras

Aliás, existem não apenas igrejas adventistas só de brancos ou só de negros. Existem também conferências. Cada igreja adventista está subordinada a uma conferência, isto é, a uma associação de igrejas. E nos Estados Unidos existem conferências de igrejas de negros e conferencias de igrejas de brancos.5

Universidade adventista só de negros

Você sabia que nos Estados Unidos tem uma universidade adventista só de negros? Chama-se Oakwood University. É bem antiga. Foi fundada em 1896.6

E por que essa universidade foi criada? A razão é simples. Adventistas brancos não admitiam que houvesse alunos negros nas escolas adventistas onde seus filhos estudavam!

Mas novos ventos sopraram nos Estados Unidos. Deixaram de existir muitas escolas separadas pela cor da pele. Mas os adventistas insistem em não mudar.

O depoimento de uma adventista americana negra

Nós, adventistas, chegamos a 2020 ainda separados. Nossas igrejas brancas ainda têm pastores brancos; nossas igrejas negras têm pastores negros. Temos até mesmo estruturas denominacionais separadas. Alguns creem na probabilidade de que nossa profetisa, Ellen White, tinha sangue negro, mas raramente mencionam isso. Oficialmente isso é veementemente refutado, as provas são silenciosamente enterradas.7

O histórico da omissão adventista

Lamentavelmente, ao longo de sua história o adventismo tem se omitido na questão do preconceito racial. Vejamos três claros exemplos:

Martin Luther King e a luta contra a segregação racial

Com certeza você já ouviu falar de Martin Luther King, o pastor batista negro que liderou, na década de 1960, o movimento pacífico contra a segregação racial nos Estados Unidos.

Talvez você não faça ideia do que era a segregação racial, porque no Brasil nunca tivemos algo assim. Ninguém nega que existe racismo no Brasil. Mas nos Estados Unidos era (e em muitos lugares ainda é) muito pior. É que havia leis locais e estaduais que estabeleciam que:

  • negros não podiam comer em restaurantes de brancos
  • devia haver banheiros exclusivos para brancos e banheiros exclusivos para negros
  • crianças negras só podiam estudar em escolas só de crianças negras
  • o negro que estivesse sentado em um ônibus devia ceder lugar para o branco, caso não houvesse outro lugar disponível para o branco
  • os negros não podiam votar nas eleições
  • os negros não podiam jogar futebol nem praticar outros esportes junto com os brancos

Havia muitas e muitas outras normas assim. Essa era a segregação racial.

Mas, com o apoio de grande número de brancos, o pastor Luther King liderou o movimento pelos direitos civis, com o objetivo de acabar com essa injustiça. Pouco a pouco mudanças foram feitas nas leis até que em 1968 a Suprema Corte declarou inconstitucionais todas aquelas malditas leis.

Ganha um prêmio quem adivinhar qual grupo religioso não participou do movimento pelos direitos civis dos negros. Isso mesmo, os adventistas se omitiram!

Os negros sul-africanos e a luta contra o apartheid

O apartheid foi o nome do regime segregacionista que funcionou na África do Sul. Em alguns aspectos foi até pior do que a segregação racial dos Estados Unidos.

Houve, então, um grande movimento, com apoio internacional, para acabar com o apartheid. O líder desse movimento foi Nelson Mandela. E o movimento foi bem sucedido, pois em 1994 o apartheid deu seu último suspiro.

Mas, no que diz respeito aos adventistas do sétimo dia da África do Sul, eles estiveram, durante todo o século 20, separados em igrejas adventistas só de brancos, igrejas adventistas só de negros e igrejas adventistas só de “coloured” (mestiços de várias etnias negras).

Além disso, naquele país os adventistas estavam divididos em três conferências (associações de igrejas), uma para cada cor de pele.

Nem vou oferecer um prêmio para quem adivinhar qual grupo religioso não se posicionou contra o apartheid.

E, mesmo o apartheid tendo acabado em 1994, levou ainda 12 anos para os adventistas juntarem as três conferências em uma só conferência nacional. Pior do que isso, na hora da votação 30% dos adventistas brancos foram contra as três conferências se unirem!

A triste história é que os adventistas brancos sul-africanos deram apoio ao apartheid e quiseram manter a segregação mesmo depois dom fim desse regime iníquo.

A igreja nazista do sétimo dia

Chamar uma igreja de nazista é pesado. Eu sei. Mas, na Alemanha nazista, a Igreja Adventista do Sétimo Dia apoiou o regime de Hitler. Enquanto outros cristãos foram perseguidos porque compactuavam com as ideias diabólicas de Hitler, os adventistas lhe deram apoio.

Você sabia que naquele país a Igreja Adventista (Nazista) do Sétimo Dia:

  • expulsou de suas igrejas membros pelo simples fato de terem origem judaica?
  • incentivou seus membros a irem lutar na guerra?
  • deixou de guardar o sábado, para não ser identificada com os judeus, a quem Hitler odiava?

A omissão adventista

Esses são fatos históricos. Contra fatos não há argumentos.

A história do adventismo mostra que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sido omissa na questão do racismo.

E como explicar os 32%?

Mas temos um problema: não há como negar que 32% dos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados Unidos são negros.

A pergunta é: como explicar que uma religião com uma fundadora racista conseguiu ter 32% de membros negros?

A explicação mais plausível é que a religião adventista conseguiu esconder duas coisas dos negros americanos: o passado racista de sua fundadora e o histórico de racismo na África do Sul e na Alemanha e até mesmo nos Estados Unidos.

Quanto à Ellen White, sabe-se que ela tinha livros racistas em sua biblioteca e que condenou a leitura de livros que combatiam o racismo! Aliás, a Ellen chegou a dizer que os negros eram resultado do cruzamento de seres humanos com animais! (Para saber mais sobre essa história e como ela foi abafada/explicada, leia a postagem A amalgamação racista de Ellen White.) Mas esses fatos são convenientemente escondidos.

Quanto ao fato de negros americanos desconhecerem o história do racismo adventista na Alemanha e na África do Sul, é notório que a imensa maioria dos americanos desconhece a história de outros países. Por outro lado, é claro que os negros americanos conheciam e conhecem muito bem pelo menos a realidade de seu próprio país. Mas não perceberam que o paternalismo adventista, que construiu enorme número de igrejas e escolas só para negros, não os deixou enxergar o racismo.

A única coisa que se pode concluir com os 32% é que os adventistas, possivelmente por causa do próprio paternalismo, tiveram mais sucesso em atrair negros do que brancos. Afinal, os negros são apenas 13% da população de lá.

Para refletir

  1. Se você é ou foi adventista do sétimo dia, alguma vez ouviu o pastor falar do racismo praticado nas igrejas adventistas nos Estados Unidos, na África do Sul e na Alemanha?
  2. O que você acha de igrejas adventistas alemãs terem expulsado membros de origem judaica, só para serem simpáticas com o regime nazista de Hitler?
  3. Você acha certo apelar para as estatísticas e dizer que 32% dos adventistas americanos são negros, se, na prática, naquele país existem igrejas só de negros e igrejas só de brancos?
  4. A liderança adventista brasileira tem interesse em que os brasileiros saibam dessas verdades?
NOTAS
1. A ideia deste texto surgiu quando alguém postou, em um grupo no Facebook, dados estatísticos tentando provar que Ellen White não era racista.

2. Michael Lipka, “The most and least racially diverse U.S. religious groups” (disponível em https://www.pewresearch.org/fact-tank/2015/07/27/the-most-and-least-racially-diverse-u-s-religious-groups/; acesso em 17 jun. 2020).

3. Outro problema com o estudo do Pew Research Center é que não leva em conta a exata proporção da composição racial nos Estados Unidos. Essa composição é de aproximadamente:

brancos:   60%
latinos:   17%
negros:   13%
asiáticos:   6%
indígenas:   1%
mestiços:   3%

Isso significa que o ideal é que uma igreja deveria ter brancos, negros, latinos, asiáticos e mestiços nessas mesmas porcentagens. (Dados estatísticos da distribuição racial nos Estados Unidos encontrados em “U.S. Census Bureau QuickFacts: United States”; disponível em https://www.census.gov/quickfacts/fact/table/US/PST045219; acesso em 17 jun. 2020.)

4. Lamentavelmente esse não é um problema que ocorre só entre adventistas. Nos Estados Unidos ainda hoje existe preconceito racial mesmo dentro de igrejas ditas cristãs.

5. Uma lista de conferências de igrejas negras está disponível na página “Regional Conference Websites”, disponível em http://www.blacksdahistory.org/Regional_Conference_Websites.html; acesso em 31/07/2020.

6. Oakwood University; https://www2.oakwood.edu/; acesso em 17 jun. 2020.

7. Robbin Anderson Lewis, “Separate but equal? Does the church need to apologize for racism?”, Adventist Today, 16 fev. 2020 (disponível em https://atoday.org/separate-but-equal/; acesso em 31/07/2020).
» CONTINUAR LENDO
» OCULTAR FINAL DA POSTAGEM
Compartilhe na sua rede social preferida

Postagens relacionadas:

  • O racismo de Ellen Gould White
  • A amalgamação racista de Ellen White
  • Igreja Nazista do Sétimo Dia

Categoria da postagem: racismo Etiquetas: Estados Unidos, racismo, nazismo, apartheid, Luther King, manipulação estatística, África do Sul, Alemanha

Sidebar primária

Porque dou testemunho a favor deles de que têm zelo por Deus, porém não com entendimento. (Carta de Paulo aos Romanos, capítulo 10, versículo 2)

Postagens recentes

  • Ellen White: a papisa adventista
  • Em quem Deus pensou quando fez o sábado?
  • Será que pecado é mesmo transgressão da lei?
  • Os plágios de EGW: chá e café
  • A lésbica “Ellen Gould White”

Categorias

  • cristianismo autêntico
    • a mensagem
    • passagens arrasadoras
    • estudos bíblicos
    • ex-adventistas
  • adventismo
    • os adventismos
    • identificando
      • literatura adventista
      • sites adventistas
      • vídeos adventistas
      • músicos adventistas
    • uma seita?
  • Ellen White
    • plágio
    • hipocrisia
    • profecias não cumpridas
    • erros de história
    • White versus White
    • Israel Dammon
    • uma avaliação
  • ensinos particulares
    • A Lei
    • Jesus
    • conflitos com a Bíblia
    • sábado
    • Trindade
    • vegetarianismo
    • sono e destruição da alma
  • ética problemática
    • Bíblia adulterada
    • aborto
    • racismo
    • LBGT
    • Ellen White: ensinos desobedecidos
  • refutando
    • distorções da Bíblia
  • saiba mais
    • português
      • livros
      • vídeos
      • websites

Etiquetas

1844 1845 1856 1861 adventistas tradicionalistas Calvino comportamento impróprio Constantino Cranmer Crenças Fundamentais cumplicidade da Associação Geral céu demora da volta de Jesus desmaio de Jesus Diálogo com Trifão ecumenismo envolvimento em política Estados Unidos evangelho traz descanso expiação incompleta falso evangelho falso Jesus fotografias Hagia Sophia Hitler hospitais adventistas igrejas reformadas incoerências Inglaterra Israel Dammon oração ossos quebrados de Jesus ovos pastores batistas perdão adiado perdão de Deus perfeccionismo porta fechada regras religião cansa Resposta aos Judeus shabbat terremoto visões ética sexual

adventismo.com.br - Copyright© 2020–2025