RESUMO |
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Hospitais adventistas ignoram Jesus
Hospitais adventistas não dão a mínima para Jesus. Eu já desconfiava. Mas só recentemente tive confirmação. Foi quando li uma postagem em um grupo no Facebook.1 Na prática, fica bem claro que os hospitais adventistas ignoram Jesus.
É que, querendo ser mais realistas que o rei, a rede de saúde da Igreja Adventista do Sétimo Dia desobedece ao ensino e à prática de Jesus sobre o sétimo dia, pois não segue o exemplo deixado por Jesus.
A rede de saúde adventista
Um dos grandes motivos de orgulho dos adventistas é sua rede de saúde. Afinal, são 211 hospitais e 440 clínicas espalhados pelo mundo. Não é pouca coisa. 2
E é natural que, em seus hospitais, os adventistas implementem sua filosofia religiosa. Por isso, os hospitais adventistas:
- oferecem alimentação exclusivamente vegetariana;
- prestam serviço de capelania ministrado por pastores adventistas;
- e, é claro, “guardam” o sábado.
O que hospitais adventistas não fazem no sábado
Mas o que um hospital adventista faz para guardar o sábado?
Para não restar dúvida sobre o que seus hospitais podem e não podem fazer no sábado, a Igreja Adventista do Sétimo Dia adotou um documento intitulado “Observância do sábado”.3
É um texto longo com inúmeras normas a serem seguidas pelos adventistas. Aqui destacamos as mais relevantes para esta postagem:
Não oferecer consultas aos sábados
“[No sábado] nem as instituições nem os médicos e dentistas adventistas devem oferecer os … serviços de clínica ou consultório que oferecem nos outros dias da semana.”
O que isso significa: Consulta médica a partir de sexta-feira umas duas horas antes do pôr do sol? Nem pensar… Para o adventista o sábado começa no pôr do sol da sexta-feira. Mas, se o médico for adventista, ele vai querer chegar em casa bem antes do pôr do sol para se preparar para o sábado.
Não oferecer tratamento no sábado para casos que podem ser deixados para depois
“[No sábado deve se] adiar procedimentos de diagnóstico e terapia que podem ser programados. O médico de plantão deve decidir aquilo que é necessidade ou emergência. Caso ele abuse desse direito, o problema deve ser tratado pela administração do hospital. … É possível evitar mal entendidos deixando claro no regulamento da equipe médica que só serão feitas cirurgias, diagnósticos e procedimentos terapêuticos que são inadiáveis por causa da condição do paciente.”
O que isso significa: Não espere que um hospital adventista atenda você numa sexta-feira à noite ou num sábado de manhã, caso você tenha torcido o pé na calçada e o pé esteja incomodando um pouquinho. É sábado. Dia de guarda nos hospitais adventistas. Nenhum hospital adventista irá atender você num sábado, a não ser em caso de emergência. O médico de plantão é quem vai decidir se é emergência. Se ele achar que não é emergência, vai mandar você voltar noutro dia.
Evitar cirurgias na sexta-feira (para não atrapalhar o sábado)
“Cirurgias programadas devem ser desencorajadas ou limitadas nas sextas-feiras. Procedimentos marcados para esse dia permitem que o paciente fique internado durante o fim de semana e, assim, perca menos dias de trabalho. Mas isso faz com que caia no sábado o primeiro dia do pós-operatório, geralmente o dia que exige maiores cuidados de enfermagem.”4
O que isso significa: Nem mesmo na sexta-feira os hospitais adventistas vão realizar aquela cirurgia que seu médico vem insistindo para você fazer. Estes são alguns tipos de cirurgia não emergencial que exigem que você permaneça internado no hospital e que você jamais fará na sexta e no sábado em hospital adventista:
- Remoção de tumor cancerígeno
- Cirurgias cardíacas
- Transplantes em geral
- Trocas de prótese
Em outras palavras, se você precisar fazer uma dessas cirurgias, os hospitais adventistas não atenderão você nem mesmo na sexta-feira. É que a pessoa recém-operada dá mais trabalho, especialmente no dia seguinte ao da operação. E eles não querem trabalho extra no sábado.
Jesus não estava nem aí para os adventistas
Nessa questão de sábado é impressionante a diferença de atitude entre Jesus e os adventistas.
João 5.1-9
“1Jesus subiu para Jerusalém. 2Ora, existe ali, junto à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões. … 5Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. 6Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: ‘Queres ser curado?’ 7Respondeu-lhe o enfermo: ‘Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim’. 8Então, lhe disse Jesus: ‘Levanta-te, toma o teu leito e anda’. 9Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado.“
Veja bem: não era um caso de emergência. Fazia 38 anos que o homem estava doente. Por que será que Jesus não seguiu as normas dos hospitais adventistas, deixando para curá-lo no dia seguinte?
João 9.1-14
“1Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. … 6[Jesus] cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, 7dizendo-lhe: ‘Vai, lava-te no tanque de Siloé’ (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo. … 14E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.”
O homem era cego desde o nascimento. Ou seja, outro caso que não era de emergência. Mas a compaixão de Jesus falou mais alto do que a compaixão dos hospitais adventistas. E Jesus curou o homem.
Marcos 3.1-5
“1De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos. 2E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado… . 3E disse Jesus ao homem da mão ressequida: ‘Vem para o meio! … 5Estende a mão‘. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.”
Mais um caso sem emergência. Por algum motivo, a mão do homem era atrofiada. Não se sabe por quanto tempo o homem sofria com aquele problema, mas não era problema recente. Mesmo sem ser emergência, Jesus o curou em pleno sábado, quebrando as normas dos hospitais adventistas.
Jesus em hospital adventista? Jamais.
Os três casos acima mostram Jesus curando, justamente no dia de sábado, pessoas que não corriam risco de morte. Não eram situações graves. Eram apenas casos crônicos, antigos. Nenhuma emergência.
Talvez alguns adventistas até mesmo se perguntem:
- Não dava para Jesus deixar para o dia seguinte?
- Tinha mesmo de curar no sábado?
Para tristeza dos adventistas, a verdade é que, até no sábado, Jesus curava problemas de saúde que os hospitais adventistas se recusam a tratar no sétimo dia. É que ele não escolhia dia para fazer o bem.
Aliás, se Jesus vivesse hoje, jamais seria aceito para trabalhar em hospital adventista. As normas adventistas sobre o sábado simplesmente não permitiriam. Infelizmente, os hospitais adventistas ignoram Jesus.
O testemunho de uma médica ex-adventista
A irmã Angela S. Lima, médica e ex-adventista, trabalhou no Hospital Adventista de Hinsdale, em Chicago. Ela conta que a lanchonete do hospital:
- Abre aos sábados.
- Tem cardápio variado, que inclui cachorro quente e hambúrguer com carne de boi.
- Para beber, oferece até chá, café e coca-cola.
- Oferece diversas opções de sobremesa, inclusive muitos doces e biscoitos (exatamente aquelas delícias que a Ellen White condenava).
- Recebe muitas famílias nos sábados. São membros da igreja adventista que fica do outro lado da rua e vão, depois do culto, gastar ali seu dinheirinho.
- Mantém o caixa aberto nos sábados, para as pessoas pagarem suas refeições.5
O testemunho da irmã Angela fala por si só. Não é preciso comentar mais nada. Mas não consigo parar de me perguntar: o que Jesus diria dessa hipocrisia?
Para refletir
- O que leva os adventistas a ficarem presos às suas normas, deixando de seguir o exemplo de Jesus?
- Insistir tanto no sábado e impedir os hospitais de cuidarem de todo tipo de enfermidade nesse dia da semana não é hipocrisia?
- Será que algum hospital adventista aceitaria Jesus como funcionário? Por quê?
- O que leva um hospital adventista a abrir a lanchonete nos sábados e vender alimentos?
NOTAS |
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1. Este texto se inspirou numa postagem que Elliot Roosevelt fez no grupo “Truth Forum versus the SDA cult of Ellen White”, no Facebook (disponível em https://www.facebook.com/groups/174143466750260/permalink/757870515044216/, acesso em 23 jun. 2020). 2. Dados de 2018, encontrados em “Seventh-day Adventist World Church Statistics 2018” (disponível em https://www.adventist.org/articles/seventh-day-adventist-world-church-statistics-2018/, acesso em 23 jun. 2020). No Brasil são cinco hospitais (“Rede adventista de hospitais”, disponível em http://hospitaisadventistas.com.br/, acesso em 23 jun. 2020). 3. O título do texto original é “Sabbath observance” e está disponível em https://www.adventist.org/articles/sabbath-observance-1/, acesso em 20 jun. 2020. Esse documento foi adotado em 9 de julho de 1990 pelo Comitê Executivo da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É um texto que trata da guarda do sábado não apenas em hospitais adventistas, mas mostra como as garras do legalismo sabatista alcançam todas as áreas da vida. A tradução em português, “Observância do sábado em instituições de saúde”, está péssima, com omissões e erros diversos, mas permite ter uma noção do legalismo adventista; está disponível em https://www.adventistas.org/pt/saude/observancia-sabado-instituicoes-saude/, acesso em 20 jun. 2020. Também está arquivado em https://web.archive.org/web/20170622060312/https://www.adventistas.org/pt/saude/observancia-sabado-instituicoes-saude/. 4. A tradução em português “Observância do sábado em instituições de saúde” está tão ruim, que o texto omite essa frase inteira. Mas ela está no original, “Sabath observance”. 5. A irmã Angela compartilhou essas informações no grupo “Descortinando o Adventismo”, no Facebook. (Dados disponíveis em https://www.facebook.com/groups/1072716489865210/permalink/1206436119826579/; acesso em 15 mai. 2021.) |